quinta-feira, dezembro 21, 2006


O que há de vir
Aquele que dormirá comigo todas as luas

É o desejado de minha alma.
Ele me dará o amor do seu coração
E me dará o amor da sua carne.
E virá a mim com os olhos e virá a mim com os lábios
Ele é o querido da minha alma
Que me fará longos carinhos na face
Que me beijará longos beijos na boca
Que rirá no meu pranto e rirá no meu riso.
Ele verá minhas alegrias e minhas tristezas
Temerá minha cólera e se aninhará no meu sossego
Virá a mim me olhando de alma livre
Se oferecendo à minha companhia
Rasgando o véu da nudez sem falso pudor
Cheio de uma pureza luminosa.
Ele é o amado sempre novo do meu coração
Ele ficará me olhando calado
Ele é o amado da minha alma triste
É o que dará o corpo quente
Onde os meus lábios pousados viverão a vida do seu coração
Ele é a minha poesia e a minha mocidade
É o homem que se guardou para a amada de sua alma
Que ele sentia vir porque ia ser dele e ele dela.
Ele é o amor vivendo de si mesmo.
É o que dormirá comigo todas as luas
E a quem eu protegerei contra os males do mundo.
Ele é o anunciado da minha poesia
Que eu sinto vindo a mim com os lábios e com o corpo
E que será meu, só meu, como a força é do forte e a poesia é do poeta.

parafraseando Vinícius

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