sexta-feira, abril 29, 2016

Andando pelas ruas do meu Recife, eu ...

Andando pelas ruas do meu Recife, reflito sobre a vida, as minhas escolhas e a sociedade em que vivo e os seus ditames.
Cresci numa família conservadora, com preconceitos de todos os tipos, esteriótipos consagrados que todos deviam seguir através das gerações.
Como toda hipocrisia instalada no conservadorismo, minha família não poderia ser diferente.
"Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço."
E assim cresci num limbo entre a riqueza de parte da família e a dita pobreza (considerando uma comparação entre os clãs).
Eu sempre fui da ala pobre.
Foi um crescimento difícil. Vejo isto hoje em dia.
Imaginem ...
Uma criança que recebeu uma boa educação, mas, não pode ter a metade das bugigangas que os primos da mesma idade tiveram.
As férias eram sempre dentro de casa, poucos presente, lanches racionados, nada de esportes ou festas no colégio, nada de amigos dormindo na sua casa ou vice-versa.
Nada de bicicleta. Brincar na rua? não.
Aí, ao mesmo tempo, eu convivia, pouco, é fato, mas convivia com o lado ostentoso da família naquelas reuniões tradicionais do ano.
Era bom e ruim.
Era ruim me sentir inferior. Menos culta, a pobre. Os comparativos ente os primos sempre houve e isto acaba com a autoestima de qualquer criança, que não podia nada, mas tinha que ser tudo!!!
Hoje, crescida e batendo na porta da meia-idade, ainda sofro com os resquícios da vida infantil.
Meus medos, inseguranças, dúvidas e...
Andando pelas ruas do meu Recife, reparei o quanto me boicoto sem perceber...

sexta-feira, abril 22, 2016

Elocubrando

Sim, estou nos meus dias de introspecção.
Refletindo e elocubrando   demais sobre tudo.
Preciso de terapia, de apoio para tentar sair de mim e me ver de fora.
Quando estou arrodeada de mim mesma, corro o grave perigo de falsas interpretações sobre o mundo e prendo-me inconscientemente num casulo, onde sou vítima e vilã, tenho razão e não, tenho culpa e sou inocente.
Sim, sou responsável única por mim mesma e o que sou, mas, a  escuta neutra, imparcial pode deixar esse jogo mais justo e menos viciado de meus próprios preconceitos, medos e frustrações.
Tenho me visto triste ultimamente, um misto de baixa auto-estima e vitimização.
Tenho tudo.
Como posso?
Não, não posso.
Ao mesmo tempo preciso avaliar essa minha excessiva auto-crítica, essa cobrança de ser uma "dentro de meus padrões de certo e errado".
Ai... esses outros seres...
A tal da autonomia não existe. Não consigo vê-la de modo tranquilo.
Esse desejo de ser no equilíbrio, só na morte mesmo.
E aí vem as tais escolhas e as intermináveis perguntas existenciais que jamais passarão mesmo que eu estude toda a psicologia e filosofia da humanidade.
É muito caro apenas viver os dias nas gestalten, muito.