segunda-feira, agosto 30, 2010

É uma diversão !!!!

Domingo agradável.
Após o meu almoço de sempre, quis fazer algo que não fazia há alguns anos.
Dei uma passeada na Rua do Bom Jesus e na Rua da Guia, onde fui prestigiar o Gustavo Sato e a Andréa no Fashion Mix. Acabei encontrando, por acaso, uma amiga de longa data e a convidei para irmos ao Espaço Cultural Santander. Nada como a arte pra revigorar a gente. Me identifiquei de cara com uma tela do João Câmara intitulada "Diorama da Ilha", depois fiquei encantada com um painel de uma estrela linda. Passei uns minutos na sacada do sobrado e depois fomos ao espaço Cultural dos Correios. Muito legal também.
Terminado o meu tour nas artes plásticas e pinturas, fui com os amigos ao show do Ave Sangria, que encerrava o Festival de Voz e Literatura, lá na Torre Malakoff. Muito bom também, o vocalista Marco polo me lembrou Audro Lages. Acho que por isso e outras coisas estou tão mexida. Fiquei agitada com tanta gente. Voltando pra Moeda, encontrei meu irmão, um ou outro conhecido, fiz um lanchinho e agora estou tentando baixar a minha adrenalina.

Olha aí: Ave Sangria - Dois Navegantes
http://www.youtube.com/watch?v=y58c8KW9k4A&NR=1

sexta-feira, agosto 27, 2010

Rifa-se um coração.
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos
que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir.
Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer"

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.

Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta


Clarice Lispector

quarta-feira, agosto 25, 2010

Gostaria imensamente de ter paz para manter liberdade de expressão.
Tenho certeza de que já fiz o que todos queriam e agora poderiam simplismente não por comentários ridículos que nunca serão publicados em meu blog.
Vão catar coquinho na praia, ok ?

A viagem dos livros

Como todos sabem eu adoro ler.
Sempre estou envolvida entre dois ou três livros. Às vezes demoro muito para terminar um livro, ele precisa ser digerido, às vezes numa noite termino um que me conquistou rapidamente. Às vezes compro os livros e não os leio de imediato. Ficam lá guardados no meu armário, à minha espera. Leio os livros dos outros e cheguei ao cúmulo de ler um livro inteiro sem comprá-lo, apenas indo na livraria costumeiramente e lendo-o como se estivesse numa biblioteca. Lia um pouco, decorava a página e voltava depois.
Nesta minha maneira de ler vários livros ao mesmo tempo, consigo intrincá-los em minha cabeça e mesmo que na maioria das vezes sejam títulos diferentes entre si, sempre há uma relação entre eles. Seja minha ou deles.
Agora mesmo, estou lendo um romance, um técnico de RH, um espírita e um que ensina a ler. Isto mesmo! "Como ler livros".
De todos, o que me tem chamado a atenção trata de uma história de dor, mas que mostra o quanto eventos aparentemente ruins são bens em nossa vida e nós é que não entendemos. O quanto somos egoístas e o quanto criamos relacionamentos baseados em poder, em por no outro a responsabilidade de nossa felicidade, quando relacionamentos de todos os gêneros seriam mais felizes se fossem baseados apenas no gostar e no querer bem, no se importar com o outro e aceitá-lo como é, com respeito. O livro mostra como construímos um mundo cotidiano fundado em aparências e jogos e o quanto isto é um atraso de vida e só leva ao sofrimento, pois é uma forma de viver distante do que se passa em nossos corações, no fundo de nossa alma.
Estou na metade do livro.
Espero descobrir e me identificar cada vez mais com ele e ver que o que eu quero pra minha vida não é um sonho ou utopia, é real.

Gabinete Português de Leitura


Estava lendo, pra variar e escutei o Jô na TV entrevistar o atual Presidente do Gabinete Português de Leitura no Rio de Janeiro.
Matei as saudades.
Quando fui ao Rio, foi um dos lugares que visitei. É lindo ! Do lado do teatro João Caetano e pertinho da Confeitaria Colombo !!!! Eita ... desse Rio de Janeiro eu gosto !

sábado, agosto 21, 2010


Não sou só corpo, sou sentimento.
Não sou só quem ensina, mas também quem aprende
Não sou só equilíbrio, mas a loucura
Não sou só razão, sou pura emoção
Não sou só o leme, quero ser conduzida
Não sou só o escudo, também quero ser a espada
Não sou trevas, sou luz
Não sou ilusão, quero realidade
Não sou passado, sou presente e futuro
Quero ser feliz

Telhado de Gato



Paço Alfândega... por volta das quatro horas da tarde. O dia está lindo, céu azul, sol brilhante e olho para este telhado. O telhado de gato.
Respiro fundo e procuro tirar fotos com o sentimento do que eu vejo e o que eu vejo me traz imagens que por hora preciso esquecer.
Fotografar é uma forma de expressão. Posso me expor de tantas maneiras...
Expor é algo do qual não tenho medo. Sempre fui transparente. E as pessoas se incomodam com a minha naturalidade de me expor. Exponho-me porque nada tenho a esconder de mim a ninguém. Apresento-me como sou sempre. Escamas e proteções não me levam a lugar nenhum.
Aprendo com a minha transparência.
Aprendo que devo ser sempre transparente. Tenho conhecido algumas pessoas que se escondem através de pseudo-seres que não são. Redundante?
Pode parecer... mas, não é.
Pingado no Delta com Brownie de chocolate, algumas câmeras na bolsa e um amigo pra conversar.
Terminei de ler um livro muito louco na Cultura. Louco, louco. Pra amenizar tanta loucura no mais verdadeiro estilo Focault, fui assistir ao pocket com Toninho Arcoverde.
Fiquei hipnotizada com uma bela viola de dez cordas, um violão de 12 e um bandolin. Parecia música renascentista. Viajei por algum tempo e por mim ficaria lá no outro mundo por mais um tempo.
Como sempre a energia me traz à coincidências que queria não ocorressem mais.
Conheci pessoas, vi a arte e voltei pra casa.
Amigos valem muito, mas só aqueles que merecem este cunho: Amigo. Não qualquer um.

terça-feira, agosto 17, 2010

segunda-feira, agosto 16, 2010

As 4 Leis da Espiritualidade (ensinadas na Índia)

Recebi de alguém especial e também acredito nisto.

1 - A pessoa que vem é a pessoa certa.

Significa que ninguém está em nossa vida por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor estão interagindo conosco. Há sempre algo que nos faz aprender e avançar em cada situação.

2 - Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido.

Nada, nada, absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum "Se eu tivesse feito tal coisa... aconteceu que um outro ...". O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos alguma lição e seguirmos em frente. todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas.

3 - Toda vez que você iniciar é o momento certo.

Tudo começa na hora certa: nem antes e nem depois. quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é o momento em que as coisas acontecem.

4 - Quando algo termina, acaba realmente.

Simplismente assim. Se algo acabou em nossas vidas, foi para a nossa evolução, por isso, é melhor seguirmos em frente e nos enriquecermos com cada experiência.

Lembre-se: "Se um dia você tiver de escolher entre o mundo e o amor, se escolher o mundo ficará sem o amor, mas, se você escolher o amor, com ele conquistará o mundo."

Einstein

O Einstein está certo. Eu sempre escolhi o amor e nunca me arrependi das minhas escolhas.

domingo, agosto 15, 2010


As ondas do mar.
Hoje fiz um longo passeio e fui ver o mar numa praia distante.
Olhando as águas desejei ávidamente que as ondas carregassem para o alto mar todas as minhas aflições.
Com a ânsia da criança que deseja fanaticamente o doce, eu quis me livrar dos meus incômodos, das pedras que machucam meus pés, das pisadas que doem nos meus calos, dos puxões nos meus cabelos, dos apertos desnecessários.
Escutei a voz amiga que não decide por mim, mas me mostra outros prismas de visão, retira de mim os antolhos e mostra o quanto posso enxergar além e o quanto estava com a visão limitada, crendo numa falsa verdade. 
Me imaginei à beira do precipício de um canion largando abaixo um grande saco cheio de todas as pessoas que me fazem mal. E este saco caía e eu dava as costas e caminhava leve sem o peso do saco em minhas costas e o corpo ágil por ter-me livrado do apego às mentiras que se fingiam de verdades nas quais eu acreditava.
O que eu fiz tá feito ! agora vou entrar nesta rua que vai me dar o caminho novo e onde eu serei mais seletiva, pois gente é um bicho traiçoeiro, muito mentiroso e ardiloso. Mas, tem gente que vale a pena e tem gente que não vale.
Ver o mar hoje valeu muito !

sábado, agosto 14, 2010


Uma nuvem negra pairou sobre mim.
Como uma coisa carregada de energias negativas e que me sugaram a felicidade.
Mas, como toda nuvem, já foi embora.
Agora preciso me entregar ao sol novo que vai se abrir pra mim, bem distante de tudo o que possa trazer essa carga de energia ruim de volta.

quarta-feira, agosto 11, 2010

1978 - 2010

Zé Ramalho compôs em 1978, mas esta música é bem atual.
Na voz da Ceumar ficou mais linda ainda.

Agosto, mês dos ventos...

E da alergia !!!
Amigos, pobre de nós que sofremos das "ites" da vida:
Rinite, otite, sinusite.
Esse tempo instável e úmido tem me deixado mal.
Se eu pudesse comprava uma bolha só pra minha cabeça.
Não faria questão de pagar o mico de ser um aquário ambulante, desde que nesta bolha fluísse um clima propício para acalmar as minhas "ites".
Meu nariz está em frangalhos (agora ele apita sozinho), meus ouvidos estão entupindo e o som abafado do tampão, faz a cabeça se transformar numa enorme caixa de ressonância onde o som reverbera pra dentro (percussão 24 horas por dia), meus lábios ressecam a cada hora. Sinto-me uma camaleoa labial, trocando de pele uma vez por dia, falta de ar é uma constante, parece que tem um tijolo de 8 furos sobre meu peito.
Mas, já estamos em 11 de agosto. Mais duas semaninhas e o verão fica mais perto.
Sol, calor escaldante, banho frio, camiseta, short, protetor solar... ai que saudade ...

segunda-feira, agosto 09, 2010

Muito bom !
Ontem à noite fui ao show de Ceumar.
Excelente cantora. Mineira radicada a um ano na Holanda, possui uma voz de afinação perfeita, além da simpatia e simplicidade naturais.
O clima que ela proporcionou foi bem "zen", um cheiro gostoso no ar em todo anfiteatro como se houvesse um fumacê de incenso sem exageros. A iluminação entre nós da platéia e ela.
O ar condicionado provocou constantes desafinos em seu violão (vêem? João tem razão ao reclamar). A cada música concluída um novo ajuste de cordas. Por falar em repertório, o set list estava para apresentar o seu novo disco "Meu Nome" que foi gravado ao vivo em São Paulo - 2008, mas ela também nos presenteou com algumas canções de "Dindinha" e "Sempre Viva": Dindinha, Rãnzinha Blues, Minha Prenda, Maldito Costume,  Boi de Haxixe, Pecadinhos (a mais linda na minha modesta opinião), O Seu Olhar.
O disco "Dindinha" está esgotado no mercado, porém segundo a própria cantora vai sair uma nova edição.
O Teatro Capiba é bem pequeno, aconchegante e o melhor uma boa acústica para shows de pequeno porte, intimistas.
A platéia em forma de arena, com um palco sutilmente elevado. Os expectadores praticamente participam do show junto com o artista. Menos de 200 lugares, acredito.
A única ressalva que faço é quanto a produção do evento. Desorganizada e pouco administrativa em relação a venda de ingressos e distribuição de convites. Mas, nada é perfeito.
Cheguei cedo, consegui um bom lugar, na frente. A primeira imagem que ela me passou me deu a lembrança da Clara Nunes, porém vozes bem diferentes em tom e afinação. 
Afora o show, encontrei alguns amigos. Valeu a pena cada centavo.

domingo, agosto 08, 2010

Um pouco de silêncio.
Noite turbulenta. A rua estava imersa numa enorme muvuca.
O comportamento humano é incrível e quando está em total desequilíbrio é mais fascinante ainda.
É quando percebemos o quanto somos criaturas desconhecidas de nós mesmos.
Sentimentos, limites, frustrações, traumas, dores de toda sorte sofridas e não ainda superadas que carregamos como o prisioneiro arrasta sua bola de ferro sem a expectativa da liberdade.
Mentes torturadas, capazes de absurdos incontados motivados por um passado de faltas e perdas.
Um grande oco, um vazio perene que por mais que se tente encher, é como um saco furado, uma peneira larga, um baú sem fundo. Nada preenche. Infelicidade constante. 
Como ajudar uma mente torturada? Difícil...
Dou-me conta do quanto tenho. Uma mente sã. Isso é tanta coisa, mais tanta coisa que torna-se incomensurável.
Não consigo não observar. Não consigo não reparar na existência além da minha e de como tudo se move entre as pessoas.
Minhas conjecturas por vezes passam raso, mas... na sua grande maioria afinadas com a realidade. 
Não quero e nunca serei como ninguém nunca será o grande sábio do mundo, mas, observar as pessoas e seus comportamentos diante do acontecimentos da vida me faz aprender mais sobre quem sou eu.
E quanto mais me descubro nos outros, mas me gosto e me confirmo sã !

sexta-feira, agosto 06, 2010

Você já ouviu alguma vez falar de livre-arbítrio?

Livre-arbítrio quer dizer livre escolha, livre opção.   Em todas as situações da vida, sempre temos duas ou mais possibilidades para escolher.   E cada momento a vida nos exige decisão.  Sempre teremos que optar entre uma ou outra atitude.
 
Desde que abrimos os olhos, pela manhã, estamos optando entre uma atitude ou outra. Ao ouvir o despertador, podemos escolher entre abrir a boca para lamentar por não ser nosso dia de folga ou para agradecer a Deus por mais um dia de oportunidades, no corpo físico.
Quando alguém lhe ofende, você pode escolher por revidar, calar-se ou oferecer o tratamento oposto.  A decisão sempre é sua.  O que vale ressaltar é que todas as ações terão uma reação correspondente, como conseqüência.  E essa ação é de nossa total responsabilidade.
Tudo na vida está sujeito à lei de causa e efeito: para uma ação positiva, um efeito positivo; para uma ação infeliz, o resultado correspondente.   As drogas são  o  exemplo  mais concreto disto. Dizes o que fazes,  com quem andas e aonde vais, que te direi quem és.

Suas  escolhas  e os resultados colhidos lhe pertencem.    Colhemos e semeamos o que plantamos e  nós estamos semeando e colhendo o tempo todo.  Se semeamos sementes de flores, colheremos flores; se semearmos  ervas daninhas, colheremos ervas daninhas. Não há outra saída.

Mas o que importa mesmo é saber que a opção é nossa. Somos livres para escolher, antes de semear, afinal é como dizia o filósofo René Descartes: Penso, Logo Existo.   A bronca é que nos dias de hoje, nem tudo que pensamos deveríamos colocar em prática, principalmente se estivermos fraco espiritualmente naquele momento.

A hora do prazer momentâneo será o reflexo das conseqüências futuras, boas ou más (dependerá das ações praticadas por nós).  Os atos impensados do  dia de hoje trará os resultados dos dias de amanhã.  É assim que vamos construindo a nossa felicidade ou a nossa descida para o precipício, de acordo com a nossa livre escolha, com o nosso livre-arbítrio.  

Pense nisso !!!

quinta-feira, agosto 05, 2010

Transtornos da Personalidade

Caracterizam pessoas que não têm uma maneira absolutamente normal de viver (do ponto de vista estatístico e comparando com a média das outras pessoas).
Estas alterações quando permanentes constituem o que poderíamos chamar de Ego Patológico ou Transtorno de Personalidade (Ey).
De acordo com Henri Ey, entendendo o Ego como equivalente à Personalidade, a liberdade e a individualidade características da personalidade normal estariam comprometidas em determinadas alterações permanentes da maneira de existir no mundo, como se a pessoa fosse refém de seus próprios traços, inflexíveis e permanentes.
O Transtorno de Personalidade seria uma maneira de atuar permanente, continuada e duradoura de um Ego não-normal.
Karl Jaspers afirma serem anormais as personalidades que fazem sofrer tanto o indivíduo quanto aqueles que o rodeiam. Para ele as personalidades anormais representam variações não-normais da natureza humana e que, na eventualidade de superpor-se à elas algum processo, tornar-se-iam personalidades propriamente mórbidas (doentias). Jaspers aborda o tema sob a ótica das variações do existir humano de origem constitucional (que fazem parte da pessoa).
Estas personalidades anormais seriam alterações perenes do caráter caracterizando não apenas a maneira de ESTAR no mundo mas, sobretudo, a maneira do indivíduo SER no mundo.
A Organização Mundial de Saúde trata o assunto sob o titulo de Transtornos da Personalidade e de Comportamentos, especificando-os nos títulos de F60 até F69 na Classificação Internacional das Doenças (CID-10). 

Os Transtornos de Personalidade, segundo ainda o CID-10, são condições do desenvolvimento da personalidade, aparecem na infância ou adolescência e continuam pela vida adulta. 

O Transtorno de Personalidade, conforme esta classificação diz, são perturbações graves da constituição do caráter e das tendências comportamentais, portanto, não são adquiridas do meio.
Desta forma, os Transtornos de Personalidade seriam modalidades incomuns do indivíduo interagir com sua vida, de se manifestar socialmente, de experimentar sentimentos (ou não experimentá-los). 

Aspectos Psicobiológicos e Transtornos de Personalidade

Modernamente considera-se que o estudo dos Transtornos da Personalidade se estrutura sobre quatro domínios psicobiológicos. São eles:
1 - A regulação dos impulsos;
2 - A modulação afetiva;
3 - A organização cognitiva e;
4 - O controle da ansiedade.
Transtorno Paranóide de Personalidade

A característica essencial deste distúrbio é uma tendência global e injustificável para interpretar as ações das pessoas como deliberadamente humilhantes ou ameaçadoras. Tem normalmente início no final da adolescência ou no começo da idade adulta. Quase invariavelmente há uma crença de estar sendo explorado ou prejudicado pelos outros de alguma forma e, por causa disso, a lealdade e fidelidade das pessoas estão sendo sempre questionadas. Muitas vezes o portador deste Transtorno é patologicamente ciumento e questionador da fidelidade do cônjuge, ao ponto de causar situações francamente constrangedoras.

Há uma sensibilidade exagerada a tudo que possa ser interpretado como rejeição, uma tendência para distorcer as experiências, interpretando-as como se fossem hostis ou depreciativas, ainda que neutras e amistosas (pensamento paranóide). 
As pessoas com Transtorno Paranóide da Personalidade são extremamente sarcásticas em suas críticas, irônicas ao extremo nos comentários e contornam as eventuais situações constrangedoras recorrendo a artimanhas teatrais e chantagens emocionais. Não toleram críticas dirigidas à sua pessoa e qualquer comentário neste sentido é entendido como declaração de inimizade.
Pelo entusiasmo com que valorizam suas idéias, sempre as únicas corretas, podem ser vistos como fanáticos nas várias áreas do pensamento; seja religioso, político, ético ou profissional. Gostam de fantasiar mas tem dificuldades em distinguir a fantasia da realidade. Pessoas com estes distúrbios são hiper-vigilantes e tomam precaução contra qualquer ameaça percebida.
A afetividade, nestes casos, é muitas vezes restrita e pode parecer fria, dado ao gosto destas pessoas em serem sempre objetivas, racionais e pouco emocionais.
Recomenda-se, como critérios para este Transtorno, que sejam caracterizados por:
a) sensibilidade exagerada à contratempos e rejeições;
b) tendência a guardar rancores persistentemente, isto é, recusam à perdoar aquilo que julgam como insultos ou desfeitas:
c) desconfiança e tendência à interpretar erroneamente as experiências amistosas ou neutras;
d) obstinado senso de direitos pessoais em desacordo com a situação real;
e) suspeitas injustificáveis em relação à fidelidade (conjugal ou de amigos);
f) autovalorização excessiva;
g) pressuposições quanto à conspirações
Ballone GJ - Transtornos da Personalidade, PsiqWeb, internet, disponível em www.psiqweb.med.br, revisto em 2005.