sexta-feira, fevereiro 29, 2008

Uma prece


Hoje um anjo passou por aqui ...
Eu estava dormindo e ele apareceu
Da noite escura, ele chegou com o seu perfume
Seus cabelos de cachos e suas asas de azul.

Hoje um anjo passou por essa casa
Trouxe de fora seu cheiro e suas histórias
Seu amor e sua glória
Trouxe de dentro seu carinho e sua memória.

E eu
Como simples mortal
Ouvi sua voz... suave, doce
A voz segunda, a voz de dentro.

Admirei o meu anjo
Nele vi alegrias, alguma tristeza
delicadeza, leveza

O meu anjo, como sortuda eu sou
É tão perto de mim que eu nem sentia ...
Cuide de suas asas, Anjo

Voe e volte.
Eu e o mundo te esperamos
Cada vez mais, pra sempre.

Andréa

quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Bar Central de todos nós ...

Acabei de chegar do Central...
Gente descolada de sempre, cerveja gelada e hoje tava com fome, acabei comendo um falafel.
O dia de hoje foi meio punk.
Entre faxina, luthier pra ajustar cordas do piano que chegou do restauro, Tucha no cio e o barulho do celular da diarista tocando música estridente, quase me tranco no quarto do meu avô e esqueço o mundo.
Mas, não pude.
Aproveitei para aprender um pouco mais do instrumento base da música.
Gente, a mecânica de um piano é muito complexa, vocês não sabem.
Primeiro que corda de piano você não compra na Rua da Concórdia, só no luthier mesmo.
E olha que o acordoamento (tá certo esse termo?) é duplo e as cordas são enroladas por um motorzinho para que elas seja denominadas cordas, mesmo. Putz !
E é tão baratinho ... as cordas graves, que são mais grossas, pela bagatela de R$ 200,00.
Uma pechincha !
O piano que chegou aqui na verdade não é de meu avô. O do meu avô foi herdado por minha Tia Queridinha e foi restaurado também, está no 3 andar do Ap dela em Boa Viagem.
Esse daqui é um piano alemão do século passado - 1918 - com uma engrenagem que não se faz mais nos pianos atuais. Ou seja, o cepo é enorme, os pedais são acionados por catracas e afinação vai demorar a chegar, mas anda tenho dois ajustes de cordas a fazer pra poder afinar.
Ele é bonito, tem o móvel trabalho e era ainda daqueles que tinham castiçais para colocar velas. Mas os castiçais foram retirados. Não sei quem foi o ignorante, animal que cometeu esse crime, mas tudo bem. Quando o adquirimos ele já estava assim.
Tirando o cepo, todo o resto do instrumento é original, inclusive as cordas.
Moooorrraaammmmm, cordas de 1918 !!!!!
Imaginem quem em 1918 pode ter tocado este piano ?
Fantástica é a linha do tempo ...
Agora ele está bonitão, sofreu hoje o primeiro aperto nas cordas para elas se ajustarem ao novo cepo. Espero que tudo dê certo. O luthier quebrou uma corda, levou-a para enrolar a nova e depois eu vou ficar com ela de lembrança.
Me empolguei em reaprender. Tenho que usar o piano todos os dias.
Daqui a 15 dias ele vem de novo fazer novo ajuste. É que nem aparelho de dente, hehehe
Minha casa ficou mais bonita com ele! estava faltando essa peça !
Vou encher o saco do Cara de Bunda pra ver se ele me ajuda nas primeiras lições. Tenho de reaprender tudo, tudinho ... escalas e blá, blá, blá ...
Com essa mão curta que eu tenho, não sei se vou conseguir alguma coisa, mas vou tentar.
Rifa-se um coração.
Rifa-se um coração quase novo.
Um coração idealista.
Um coração como poucos.
Um coração à moda antiga.
Um coração moleque que insiste
em pregar peças no seu usuário.

Rifa-se um coração que na realidade está um
pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos e, cultivar ilusões.
Um pouco inconseqüente que nunca desiste
de acreditar nas pessoas.
Um leviano e precipitado coração
que acha que Tim Maia
estava certo quando escreveu...
"...não quero dinheiro, eu quero amor sincero,
é isso que eu espero...".
Um idealista...
Um verdadeiro sonhador...

Rifa-se um coração que nunca aprende.
Que não endurece, e mantém sempre viva a
esperança de ser feliz, sendo simples e natural.
Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar.
Um furioso suicida que vive procurando
relações e emoções verdadeiras.

Rifa-se um coração que insiste em cometer
sempre os mesmos erros.
Esse coração que erra, briga, se expõe.
Perde o juízo por completo em nome
de causas e paixões.
Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos.
Este coração tantas vezes incompreendido.
Tantas vezes provocado.
Tantas vezes impulsivo.

Rifa-se este desequilibrado emocional
que abre sorrisos tão largos
que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas
e faz murchar o rosto.
Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado
por quem gosta de emoções fortes.
Um órgão abestado indicado apenas para
quem quer viver intensamente
contra indicado para os que apenas pretendem
passar pela vida matando o tempo,
defendendo-se das emoções.

Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras
e deixa louco o seu usuário.
Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer
para São Pedro na hora da prestação de contas:
"O Senhor pode conferir.
Eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento.
Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer"

Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por
outro que tenha um pouco mais de juízo.
Um órgão mais fiel ao seu usuário.
Um amigo do peito que não maltratetanto o ser que o abriga.
Um coração que não seja tão inconseqüente.

Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado.
Um verdadeiro caçador de aventuras que ainda
não foi adotado, provavelmente, por se recusar
a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo.

Oferece-se um coração vadio,
sem raça, sem pedigree.
Um simples coração humano.
Um impulsivo membro de comportamento
até meio ultrapassado.
Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar,
mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina.

Um velho coração que convence
seu usuário a publicar seus segredos
e a ter a petulância de se aventurar como poeta


Clarice Lispector

segunda-feira, fevereiro 25, 2008

À espera ...

Dia cheio o meu de hoje.
Não dormi bem à noite e quando adormeci, foram poucas as horas de sono.
Minha Tucha está no cio... é um período difícil de passar.
Acordei com toda sonolência possível e fui ver se o mundo ainda estava do jeito que deixei na última vez em que me encontrei de olhos abertos.
Não estava, havia grande diferença: deixei o mundo no escuro e agora ele estava no claro dia de verão, quente e vivo.
Que bom ! Isto prova que as coisas mudam, a humanidade caminha e eu preciso continuar existindo.
Fui acompanhar a minha mãe ao café da manhã.
Nessas horas é bom ser "Profissional Liberal". Acorda-se a hora que bem se entende e pode-se curtir as pessoas queridas, sejam elas da noite ou do dia.
Terminei o meu breakfeast depois de ter trocado algumas palavras com a matriarca e assistido Caverna do Dragão e Bob Esponja. Desenho animado também é cultura !
A lição das animações de hoje foram duas: não se engane pelas propostas mirabolantes e saiba ouvir antes de tomar as decisões. Não seja o apressado que come cru.
Olha aí ! É só saber o que está por trás das superproduções das HQ. Viva as inteligências !
Cheguei tarde na "minha Ilha" e me pus a trabalhar.
Almocei com os meus e quando voltei me pus a trabalhar de novo.
O meio-dia da manhã estava bonito quando cheguei na minha ilha, deu-me vontade de escrever um post só em sua homenagem. Tipo mesmo uma declaração de amor à Ilha de Santo Antônio. Muitas histórias do Recife, muitas histórias de Andréa...
Bem, ao terminar o meu "expediente", e como toda PL, sem $$$$$$, resolvi ficar na Ilha para logo mais depois das dez da noite, dar os parabéns a George Harrison através da Ma Companhia.
Mas, não foi das melhores decisões que tomei em minha vida ... Fui à minha livraria, tomei cafés e achocolatados e comecei a ler M. Durans - O Amante.
Putz, muito bom se eu não estivesse com tico e teco completamente esgotados de tanto exercitar os miolos...
Pensar cansa minha gente ! pensar cansa ...
Lí até a página 27 a sua quase autobigrafia e não aguentei mais. Meus globos oculares se ajoelharam pedindo descanso e pensei onde poderia me recostar na minha ilha: lugar nenhum.
Nada de dormir Andréa, vamos pensar !
Bem, não mais com vontade de livros, discos e etc., voltei-me para a Rua da Moeda. Casa de Serginho, óbvio e ululante.
E agora, sem fome, sem sede e com sono, faço hora escrevendo no meu blog, depois da luta com a conexão.
A música que rola por aqui é o puro blues com gaitas e escaletas. O bar tá tranquilo, ar condicionado em temperatura ambiente o que pra mim se traduz em: frio !!! bbbbbbbrrrrrrrr !!!!
O MSN insiste em não ficar quieto e conectado caindo de cinco em cinco segundos e isso está me tirando a paciência...
Meu sono persiste, mas faltam poucas horas para chegar ao lugar ... não sei se no futuro imediato farei este sacrifício novamente... tudo por conta do vil metal ... e do rock and roll...

A mais bonita

Não, solidão, hoje não
quero me retocar
Nesse salão de tristeza
onde as outras penteiam
mágoas
Deixo que as águas invadam meu rosto
Gosto de me ver chorar
Finjo que estão me vendo
Eu preciso me mostrar
Bonita
Pra que os olhos do meu bem
Não olhem mais ninguém
Quando eu me revelar
Da forma mais bonita
Pra saber como levar todos
Os desejos que ele tem
Ao me ver passar
Bonita
Hoje eu arrasei
Na casa de espelhos
Espalho os meus rostos
E finjo que finjo que finjo
Que não sei.

Dolores Duran

sábado, fevereiro 23, 2008

Destino, Atitudes e aí ?

Arnaldo tá certo.
Tudo ou quase tudo o que acontece em nossa vida depende de nós, está ligado à nossas decisões e às nossas vontades.
Nos arrependemos do que não fizemos, temos dúvidas quanto ao que queremos e medo de arriscar ao novo em muitas situações.
Amigos que nos incentivam a ir em frente e outros que nos entulham de mais medos e receios.
Negativo e positivo...
Sim e não...
Mentira e verdade ...
Omissão e exposição...
Tenho vivido ...
Não, isso não é óbvio não. Tenho vivido sim.
Entre a minha solidão e a minha multidão, tenho vivido.
E não dá pra não ver as pessoas.
Isso ! ver as pessoas, sabê-las ? nunca !
Não há como. São muitas as máscaras e as defesas e os papéis que todos nós desempenhamos.
Nem os mais próximos sabem quem somos e nem nós mesmos.
Mas, na minha ignorância e na minha desconfiança eu vejo, percebo e interpreto.
Ao meu modo, ao modo das minhas experiências ... e apesar de tudo e de toda a ausência de preconceito e julgamento, não sou santa e nem deusa: sou gente, mente e corpo, cheia de ótimos e péssimos !
Não sou obrigada a engolir tudo e nem a aceitar tudo.
Tenho em mim todos os defeitos e todas as qualidades.
Todos os amores e todos os ódios.
Todas as mágoas e todas as alegrias.
Todas as ingenuidades e todas as espertezas.
Sei quando me enganam. Mentem, omitem. Apenas sei. sinto.
E me faço de boba, ingênua, aquela que conseguiram ludibriar, esconder...
Em toda e qualquer circunstância isso irá acontecer, até o momento em que eu quiser tomar as rédeas das mãos do destino e decidir ser ATITUDE !
O Destino decide quem Você encontra na vida...
Suas Atitudes decidem quem fica...

Arnaldo Jabor

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Show do Ivan Lins

Ontem fui ao Projeto Pixinguinha, encerramento deste ano com Ivan Lins, que estreou há 30 anos atrás o projeto no Rio de Janeiro.
Foi legal. Duas horas de show com uma hora para Ivan Lins e a outra hora para os apadrinhados dele. Bom Pianista e boa cantora, mas ...
Eu tinha ido ver Ivan Lins.
Na real ?
Gostei não !
Não falo da banda, falo do que eles planejaram pra mostrar ao público.
Vou hoje de novo pra ver se tiro a má impressão.
Segue aqui o que eu queria ter ouvido e não rolou:

Velas içadas
(Ivan Lins e Vitor Martins)

Seu coração
É um barco de velas içadas
Longe dos mares do tempo
Das loucas marés

Seu coração
É um barco de velas içadas
Sem nevoeiros, tormentas
Sequer um revés

Seu coração
É um barco jamais navegado
Nunca mostrou-se por dentro
Mostrando os porões

Seu coração é um barco
Que vive ancorado
Nunca arriscou-se ao vento
Às grandes paixões
Nunca soltou as amarras
Nunca ficou à deriva
Nunca sofreu um naufrágio
Nunca cruzou com piratas
E aventureiros
Nunca cumpriu o destino
Das embarcações

quinta-feira, fevereiro 21, 2008

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."
Clarice Lispector

Exatamente Clarice: Entender que não entendo !!!

quarta-feira, fevereiro 20, 2008

Sempre tive sonhos.
De todos os tamanhos.
Nas minhas conversas com Deus sempre agradeço quando me dou conta de que consegui algo que há muito venho desejando.
Sonhos são assim. Diferentes de desejos.
Considero sonhos aqueles desejos quase inconcebíveis, porém realizáveis.
Quando era criança, uns 10 anos acho, sonhava em ter corpo de mulher, peitos grandes e bunda bonita, hahaha. Para uma garotinha de dez anos, magrela e branquela, era um sonho.
Ainda bem que hoje não tenho peitões. Senão me odiaria por um sonho tão ridículo ter se tornado realidade.


Depois um outro grande desejo da minha vida era ter um cão. Simples não é ?
Mas, não era qualquer cão. Tinha de ser grande, maior do que eu de preferência (apesar de quê qualquer Doberman já é maior do que eu). Só que eu sempre via nas minhas idealizações um cão já adulto, passeando comigo na coleira, imponente, fidalgo, enfim. Nunca me vi criando um filhote pra depois crescer e etc.
Esse foi um dos sonhos mais incríveis que Deus me deu de presente na realidade.
Passei metade da minha para ter esse pedido realizado. Mas, ele se concretizou num Pastor Alemão Capa Preta puro, que bateu à porta da minha casa quando já tinha 2 anos de idade, praticamente um cão adulto. Foi amor à primeira lambida !

Laio foi a realização de um grande sonho, pois era exatamente o cão que passeava comigo na tela do meu cinema mental. Ele era maior do que eu (quando subia com suas patas em meus ombros, ficava mais alto do que eu) era lindo, uma das melhores ninhadas de seus pais e o melhor de tudo: ele me adorava. Não preciso dizer que eu o idolatrava !
O meu gordão foi embora depois de seis maravilhosos anos de convivência e nunca mais tive outro cão. Ele será insubstituível.

Depois desse sonho pessoal ter-se concretizado foi a vez do trabalho. Na minha vida profissional ainda não estou realizada, mas um momento marcante foi ter conseguido trabalhar numa empresa a qual eu desejava muito e achava impossível conquistar qualquer posição lá. Mas, cheguei lá e fiz o meu trabalho. Não estou mais lá, porém, também não lamento por isso.

Aí vem a vida pessoal, digo, amorosa mesmo. Essa tem uma história incrível !
Ainda não é uma história com final feliz, mas tem uma trajetória interessante. Certa vez fui fã de um rapazola que frequentava o mesmo bar que eu. Quando finquei os olhos nele pensei: "Eita ! é esse!". Mas, como toda adolescente metida a mulher adulta, ele era uma rapaz mais velho e estava interessado em garotas de verdade e não em meninotas ainda de cueiros. Tudo bem, eu era menina de cueiros, mas que já frequentava a boemia do meu Recife, modéstia à parte. Chegava no bar às nove da noite e só saía às seis da manhã. Tinha apenas 15 anos. Hoje em dia as "mulheres de 15 anos fazem muito pior do que eu". Eu era apenas uma boemia literalmente.
Certa manhã... saindo do bar, vejo a minha vítima indo embora e pensei: esse aí tá ferrado, pode até demorar, mas vai ser meu.
Palavras proféticas !

Demorou anos, vidas, relacionamentos, mudanças de estado... fui e voltei para o meu Recife três vezes, casei e descasei pra poder chegar nesta guitarra pela segunda vez. Mas, nem tudo são flores e como diz a música do Chico e do Tom: " como fiz enganos de me encontrar, como fiz estradas de me perder, fiz de tudo e nada de te esquecer ...

Vou voltar ...

Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Para o meu lugar
Foi lá e é ainda lá
Que eu hei de ouvir cantar
Uma sabiá
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Vou deitar à sombra
De uma palmeira que já não há
Colher a flor que já não dá
E algum amor talvez
Possa espantar as noites
Que eu não queria
E anunciar o dia
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
Não vai ser em vão
Que fiz tantos planos
De me enganar
Como fiz enganos
De me encontrar
Como fiz estradas
De me perder
Fiz de tudo e nada
De te esquecer
Vou voltar
Sei que ainda vou voltar
E é pra ficar
Sei que o amor existe
Eu não sou mais triste
E que a nova vida
Já vai chegar
E que a solidão
Vai se acabar

Tom Jobim/Chico Buarque
Sabiá

terça-feira, fevereiro 19, 2008

Uma tartaruga como compromisso.
O significado dos símbolos são infinitos em seus respectivos infintos contextos.
Um passado, o presente e um pseudo-futuro.
Pseudo.
Realmente não conheço.
Florais ...

Psicoterapias ...
Litros de uísque ...
Músicas compostas pelo sentimento dos outros ...
Gatos e cachorros.
Amigos (?)
Não sei mais.
Talvez jogos de interesses, como todos eles, egoístas.
Concordo com Clarice: a incompreensão é que é a verdadeira compreensão de tudo que não tem explicação.
Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso.
Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Lispector

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado:
pensava que, somando as compreensões, eu amava.
Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente.
Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

Lispector

" Terei toda a aparência de quem falhou,
e só eu saberei se foi a falha necessária."


Clarice Lispector
Sinto dor.
Já ensaiei tanta coisa pra escrever.
Já apaguei tanto...
Queria escrever algo bonito. Mas, pela primeira vez, sinto dor e esta dor não é inspiradora.
Ela é dor pura e simples. Dói, lateja e sangra transparentemente pelos meus olhos.
Chegará o dia em que acostumar-me-ei com ela.

domingo, fevereiro 17, 2008

Umas e Outras

Se uma nunca tem sorriso
É pra melhor se reservar
E diz que espera o paraíso
E a hora de desabafar
A vida é feita de um rosário
Que custa tanto a se acabar
Por isso às vezes ela pára
E senta um pouco pra chorar
Que dia ! Nossa, pra que tanta conta
Já perdi a conta de tanto rezar

Se a outra não tem paraíso
Não dá muita importância, não
Pois já forjou o seu sorriso
E fez do mesmo profissão
A vida é sempre aquela dança
Aonde não se escolhe o par
Por isso às vezes ela cansa
E senta um pouco para chorar
Que dia ! Puxa, que vida danada
Tem tanta calçada pra se caminhar.

Chico Buarque

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Mooosssqqquuuuiiitttoooo !!!!!!


Oscilação, verbo intransitivo.
Maneira de ir e vir entre opostos.
Como uma onda.
Interrogação, substantivo feminino.
O substantivo feminino que leva ao verbo intransitivo.
Desejo que este substantivo feminino transforme-se em outro, só que o seu oposto:
Afirmação !

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Encerrada num mundo de elocubrações sobre tudo e todos, ela muitas vezes não conseguia dormir mesmo que seus olhos ardessem como fogo e o seu corpo doesse em todos os seus ossos pedindo um descanso.
Um turbilhão de imagens, emoções, suspeitas e considerações passavam pela sua mente como o tradicional cinema mudo.
Expectativas, desejos não realizados, culpas, sentimento de fracasso.
Quando tudo isso iria acabar ?
A sensação de oscilação e de estar num mar revolto que leva e traz sem avanço a nenhum lugar estável é desconfortável.
Olhares e indiretas, comentários e "deverias" circundam e só acumulam cenas para o filme mudo que não cansa de reprisar todas as noites e muitas vezes todos os dias.
É certo que a vida é feita de momentos bons e ruins e que nada dura a eternidade e ainda tudo é processo.
Deus !
Processo !
Nunca tem uma conclusão ?
Nunca uma parada de descanso ?
Até quando ?
Interrogações e exclamações fazem parte desse mundo paralelo que ao fim de tudo não possui dia ou noite e sim um acumulado de horas e horas e horas ...

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Da escola de guerra da vida:
O que não me mata me faz mais forte !
Friedrich Nietzsche
Se variam na casca,
idêntico é miolo,
julguem-se embora de diversa trama.

Ninguém mais se parece
um verdadeiro tolo
que o mais sutil dos sábios
quando ama

Mário Quintana

sábado, fevereiro 09, 2008

Tese de Guerdjef


Faça pausas de dez minutos a cada duas horas de trabalho, no máximo.
Repita essas pausas na vida diária e pense em você, analisando suas atitudes.

Aprenda a dizer não sem se sentir culpado ou achar que magoou.
Querer agradar a todos é um desgaste enorme.

Planeje seu dia, sim, mas deixe sempre um bom espaço para o improviso,
consciente de que nem tudo depende de você.

Concentre-se em apenas uma tarefa de cada vez.
Por mais ágeis que sejam os seus quadros mentais, você se exaure.

Esqueça, de uma vez por todas, que você é imprescindível.
No trabalho, casa, no grupo habitual.
Por mais que isso lhe desagrade,
tudo anda sem a sua atuação, a não ser você mesmo.

Abra mão de ser o responsável pelo prazer de todos.
Não é você a fonte dos desejos, o eterno mestre de cerimônias.

Peça ajuda sempre que necessário,
tendo o bom senso de pedir às pessoas certas.

Diferencie problemas reais de problemas imaginários e elimine-os
porque são pura perda de tempo e
ocupam um espaço mental precioso para coisas mais importantes.

Tente descobrir o prazer de fatos cotidianos como dormir,
comer e tomar banho, sem também achar
que é o máximo a se conseguir na vida.

Evite se envolver na ansiedade e tensão alheias enquanto ansiedade e tensão.
Espere um pouco e depois retome o diálogo, a ação.

Família não é você.
Está junto de você.
Compõe o seu mundo,
mas não é a sua própria identidade.

Entenda que princípios e convicções fechadas podem ser um grande peso,
a trave do movimento e da busca.

É preciso ter sempre alguém em que se possa confiar
e falar abertamente ao menos num raio de cem quilômetros.
Não adianta estar mais longe.

Saiba a hora certa de sair de cena, de retirar-se do palco, de deixar a roda.
Nunca perca o sentido da importância sutil de uma saída discreta.

Não queira saber se falaram mal de você e nem se atormente com esse lixo mental;
escute o que falaram bem, com reserva analítica, sem qualquer convencimento.

Competir no lazer, no trabalho, na vida a dois, é ótimo ...
para quem quer ficar esgotado e perder o melhor.

A rigidez é boa na pedra, não no homem.
A ele cabe firmeza, o que é muito diferente.

Uma hora de intenso prazer substitui com folga 3 horas de sono perdido.
O prazer recompõe mais que o sono.
Logo, não perca uma oportunidade de divertir-se.

Não abandone suas 3 grandes e inabaláveis amigas: a intuição, a inocência e a fé!

E entenda de uma vez por todas, definitiva e conclusivamente:

Você é o que se fizer ser!

quarta-feira, fevereiro 06, 2008

Prainha ...

Quarta de cinzas e eu peguei uma prainha do meio-dia às cinco da tarde.

Foi ótimo. Conversei bastante com Marcita e tomamos umas e outras.

A maré tava enchendo e a gente acabou levando um caldo com preguiça de subir as cadeiras, ahahah.
Molhou até as nossas ventas. Foi divertido.
Peguei um solzinho e cheguei em casa pegando fogo, dava pra cozinhar um ovo nas minhas costas, putz !!! que calor !
Minha tarde foi bonita, a natureza estava me banhando de alegria, paz, amor, amizade, conhecimento ...
Se a minha segunda-feira de carnaval foi marcante nas pontes do meu Recife, a minha tarde na Praia de Boa Viagem foi, no mínimo, "dulçorosa".
Se ganhei tarde tão ímpar, é porque mereci.
Obrigada !
Fui pra casa da Mama e comi o delicioso bacalhau e o peixinho de côco que ela fez.

Mas ...

Amanhã começa o ano.
Amanhã começa a vida.
Como dizem por aí vamos abrir os trabalhos.

Dizem que este ano vai ser bom pra mim e os tempos são auspiciosos.

Amém !

Teus Olhos


São Teus Olhos
Brilhantes nos momentos de certeza
distantes, quando pegos de surpresa
apaixonados pelo céu da noite clara,
Eu sei
Que o silêncio é os distúrbio da palavra
e nunca é preciso dizer nada
se a sala, a mesa, e o vinho, o quarto, a cama
se iluminam no caminho dos teus olhos
porque eu conheço bem
todo o poder que há na ira
num sorriso de alegria
de toda lágrima que a vida denuncia, eu sei
do gosto que se tem...
porque o teu olhar é o atalho mais preciso
o descaminho dos meus olhos...

Bráulio Araújo/Victor César

terça-feira, fevereiro 05, 2008

Carnaval com Jethro Tull !

Hoje não fui ao meu Recife.
Acordei muito tarde e fiquei em casa arrumando a minha "pocilguinha".
Assumo: sou uma desorganizada.
Gostaria imensamente de ter uma "ama" que cuidasse das minhas coisas, desde roupas, sapatos e faxina geral da minha casa diariamente, bem como fazer as compras de supermercado e cozinhar as comidas que gosto.
Mas, não tenho.
Depois de arrumar 0,001% do que precisa ser arrumado, fiquei bem cansada e recusei o convite de Ridoval, de Marcinha e de Riso.
Jantei com minha mãe e irmã e voltei pra casa, coloquei o Jethro no som e fui tomar um banhinho.
Agora estou aqui.
Estava dando uma olhada nos post's anteriores e vi que tinha um comentário do "anônimo" dizendo que adorava bairristas.

Anônimo, muito obrigada por adorar bairristas, pois geralmente ninguém gosta de tão chatos que somos em defender o que gostamos.
Você bem que podia se identificar para eu saber quem é este ser misterioso.

Hoje terça-feira gorda, amanhã quarta de cinzas e quinta tudo volta ao normal. Tempo de pensar na vida e correr atrás do procoió !!!!!

Enquanto nada acontece, vou ficando por aqui com o Tull, Bebel Gilberto e Eliane Ferraz.

Rua do Bom Jesus

Ontem foi dia do carnaval familiar ...
Almoçamos no Paço Alfândega, no estilo tradicional das domingueiras, só que ontem foi Segunda-feira, tomamos o nosso café em Guilherme e fomos passeando tranquilamente até a Rua dos Judeus.
Encontrei lá uma boa mesa para acomodar minha Mama. Depois, veio se juntar à nós Finho, Finha e Mamá. Foi bem divertido. Guga com o seu chapéu de Siri, Jorginho de "Almirante Nelson" e as mulheres com roupitchas alegres.
Jorginho levou um uísque Haig para bebermos e assim de cinco às dez curtimos as troças e blocos que passaram pela rua. Eu bebi pouco, pois, ultimamente o álcool não me vem chegando bem. Tomei o uísque pra provar, pois não conhecia.
Quando os meus foram embora, fui encontrar-me com o clã Ridoval Veras na rua da Moeda. A Moeda não estava lá essas coisas.
Irritei-me profundamente com os táxis que não queriam me levar pra casa porque a corrida era perto demais. Quase volto à pé.

As pontes do Recife continuam lindas e ontem foram testemunha de mais um pedaço da minha história.

Recife, meu cúmplice, não te deixo !

segunda-feira, fevereiro 04, 2008

Era uma vez um homem e uma mulher.
Parecia que eles se amavam.
A história era bonita.
Tempos de vinte anos contavam, enfim
Um amor que parecia platônico
E,
De repente,
Se tornou real.
Real?

Corações ardentes
Cabeças diferentes
Significados distantes.

O amor não acabou,
pelo menos de uma das partes,
mas,
Ser tratada como "coisa"
E não pessoa, não é uma boa "coisa"

Amor pede respeito, acima de tudo !

Chamaram ela de fingida.
Que engraçado ...
E ela que só queria respeito ...

Ilha de Santo Antônio

Cheguei cedo hoje à Ilha, cafezinho no Paço e depois encontrei amigos e George no bloco do Lenine, O Quanta Ladeira.
Depois de muita anarquia com as letras irônicas do Quanta, fomos ao Bar Largura e formou-se uma grande mesa com a família de Ridoval. Depois os amigos foram passando e cumprimentando. Gugu foi com Monique também por lá e estava lindo de "Sirigation", hehehehe
Mas, o auge da minha noite nem foi o carnaval, mas sim a coincidência de conhecer um amigo de Ridoval que foi aluno do meu avô, o Prof. José Aragão. Conversamos um pouco e ele também conhece George, enfim. Êta Recife pequeno !
Não aguentei ficar para ver Lenine e Milton Nascimento. Não estava passando bem, a cerveja não estava descendo legal. Voltei com Ridoval Amoreco e Cris para casa.
Amanhã vamos ver o que será!

domingo, fevereiro 03, 2008

Fingir v. t. 1. Inventar, fabular; 2. Aparentar, simular.

Respeito sm. 1. Ter em conta, considerar.

Acho que não sou deste mundo. devo querer viver num mundo onde certos preceitos não valem mais nada nos dias de hoje.
Respeito, sinceridade, honestidade.
O mundo hoje é das mentiras, ninguém mais tem consideração por ninguém. Cada um quer viver as coisas ao seu gosto sem pensar no outro e me parece que o mundo se moldou a isso facilmente.
Hoje, agora, neste momento, sinto-me triste, pois acabo de perder algumas pessoas, pois achava que o que eles me diziam era verdade e no entanto ...
Me sinto meio idiota, por ter me enganado por tanto tempo, meio babaca.
E ainda fui chamada de fingida. Talvez para eles eu seja mesmo uma fingida, pois nao sou igual a eles. Os conceitos ficam trocados.
Como me disseram, eu vou viver a minha vida e tenho certeza de que vou achar pessoas do mesmo planeta que eu, que aprenderam na mesma cartilha o que é respeito, amor, amizade, verdade, honestidade.
Não sei jogar.

sábado, fevereiro 02, 2008

E começou o carnaval ...

Estou um trapinho de gente. Fui logo cedo ao bloco Porco Digital que sai do Porto Digital e foi muuuuiiitttooo divertido. Tomei muitas, ri muito, pulei muito, muitas fotos e muita alegria.
Depois de passar a tarde no bloco, dei uma passadinha em Serginho, na Moeda, comi e fui ao Paço, encontrei mais amigos e fomos ao Marco Zero ver a Marisa Monte, Elza Soares e Lía de Itamaracá, com os 500 tambores de Naná Vasconcelos e ainda os blocos de marcha. Andei a minha Ilha pra cima e pra baixo. Atravessei suas pontes, cruzei com pessoas de todos os tipos, fantasiadas ou não. Fico feliz só por fazer parte desse pedaço de mundo chamado Pernambuco e me misturar com as pessoas, olhar olhos de criaturas que nunca mais vou ver, provavelmente, conhecer gente que está alí do meu lado e eu nunca cumprimentei, enfim, SER MAIS na multidão. FAZER PARTE !!!
O meu Recife está belíssimo !! como sempre exuberante !!
Nunca vou cansar de adimirar e amar cada vez mais a minha terra.

''É lindo ver o dia amanhecer com violões e pastorinhas mil
Dizendo Bem, que o RECIFE TEM O CARNAVAL MELHOR DO MEU BRASIL !"

Amanhã não sei qual será o meu destino ...

sexta-feira, fevereiro 01, 2008