sábado, março 22, 2008

Sábado e Eva

Minha Síndrome de Coruja continua e adormeci por volta de quatro horas da manhã.
Minha irmã tentou me acordar as onze horas da manhã, o que me parecia mais umas duas da madrugada, de modo que voltei para a cama e dormi de novo embalada pela sensação da mais profunda escuridão da noite.

O bucolismo continua ao meu redor. Hoje acordei um pouco mais cedo: duas horas da tarde. Sentei-me na minha poltrona de leitura e fui ler o jornal Pernambuco.

Almocei e depois fui ao supermercado.

É muito agradável andar pelas ruas do Recife numa tarde friamente ensolarada no meio de um feriado onde grande maioria da população viajou.

A Av. Mário Melo estava cheirosa com o perfume dos oitizeiros que estão brotando e caindo de maduros, o sol frio iluminava por entre as árvores o asfalto vazio e as calçadas solitárias.

Com excessão do medo que a miséria social nos impõe, é uma delícia de passeio, caminhar pelas ruas do Recife numa tarde que precede uma lua bonita e algumas pancadas de chuva.

Cheguei sã e salva do pequeno passeio e com algumas compras de primeira necessidade.

Minha rua está bem suja de folhas mortas e oitis caídos, algumas grandes poças de água da chuva e muitos felinos, os verdadeiros Saltimbancos do Chico Buarque de Holanda ou quem sabe os Aristogatos de Walt Disney, esperando chegar a senhora que os alimenta.

E assim é feito um cotidiano ... rotinas não só minhas mas da rua, do bairro, da cidade, do feriado...

Estava folheando o Jornal Pernambuco e deparei-me com um artigo de uma jornalista de 25 anos que retratava o término do seu namoro com um cara "certinho". Certinho demais pra ela. Depois dizem que eu é que sou complicada.

Meu povo, vocês não sabem como nós todos somos complicados nos dias de hoje. Como nossos valores estão completamente intrincados e misturados com os avanços da moral e dos bons costumes e a emancipação feminina e ao mesmo tempo como todas as mulheres no fundo querem um homem pra chamar de seu e serem cuidadas.

Isto me dá a idéia de uma pseudo-independência ridícula e de uma hipocrisia maior ainda.

Dizem de mim que sou independente, experiente, forte, batalhadora e blá, blá, blá.

Posso até ter 5 % de cada coisa destas aí acima, mas antes de qualquer coisa, sou mulher, sou feminina, fêmea, com todas as características naturais de EVA. Por isso, sou simples, simplismente mulher. É tão difícil se assumir assim ?

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