domingo, março 11, 2007



Fui ao show da Maria Bethânia.

Simplismente fantástico !

Ela está rodeada de uma equipe técnica de produção de primeira linha.

Nada deixou a desejar: o palco muito bem iluminado e com um cenário simples, porém criativo e de acordo com o tema do novo Cd da cantora.

Os músicos? bem, ela está com os papas como Carlos Bala na bateria (tocou com Elis Regina em Montreux, só pra dar um exemplo) e Jaime Alem como maestro, que a acompanha há muitos anos.
O pianista, apesar de não conhecê-lo me pareceu muito com o estilo Mariano e do Wagner Tiso dos primórdios.
Os outros instrumentistas muito bons: percussão (com arranjos de Naná Vasconcelos), violoncelista e o violonista foram as sensações.

No aspecto da banda como um todo, o som estava perfeito, nenhum instrumento sobrepujou outro, conseguindo se ter a possibilidade de ouví-los isoladamente sem maiores esforços. Ela fez pequeno intervalo para uma troca de roupa e nesse ínterim a banda desenvolveu de tal maneira entrosada que parecia mais uma mágica. Perfeito.

A Bethânia usufruiu do show pra expor o seu novo repertório focado no tema: água. Não sei ao certo o título, mas algo como "Em todo mar tem Rio..."

Músicas com cunho do sincretismo religioso do candomblé, sambinhas e modinhas e pouquíssimas músicas antigas.
Aqueles fãs que esperavam que ela cantasse as músicas antigas de "Lp's" da década de 60 e 70, perderam a viagem.

Mas, na minha opinião o show não foi menos belo por isso.

Bethânia está altiva, linda no palco, com sua voz cada vez melhor, mais forte, afinadíssima como sempre, simples em seu cantar e ao mesmo tempo imprimindo uma personalidade única à interpretação das músicas que escolhe.

Além do quê, temos de considerar a artista mútipla que é quando nos encanta com suas declamações poéticas em sua maioria de autores portugueses, como Fernando Pessoa, Álvaro de Castro, Augusto dos Anjos, Florbela Espanca ...

Ela demonstra uma felicidade no palco, uma tranquilidade, parecendo estar no terraço de sua casa, conversando com amigos íntimos, mesmo sem manter muito a relação com a platéia no sentido de trocar conversas, a sua troca com o público se dá efetivamente através de seu trabalho, de suas interpretações e declamações.

E o adendo: ela foi singela cantando a música em homenagem ao Recife, que desculpem-me a ingnorância, acredito eu, ser de Capiba.

Valeu à pena todas as esticadas de pescoço pra vê-la, Bethânia.

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