sexta-feira, setembro 03, 2010

Cansada...
Corpo doído...
O dia foi tranquilo, mas exaustivo.
Hoje, observando as pessoas e as situações, mesmo sem conhecê-las, ví que ainda existe gente boa no mundo.
Cheguei na Rural ao meio-dia.
Enquanto minha cunhada providenciava a ficha para atendimento, fiquei com Luli, passeando pela grama.
Ela é uma poodle médio com mais ou menos 10 anos e vários tumores externos. Foi abandonada na porta do edifício onde mora meu irmão Gustavo. Eles a recolheram e estão cuidando dela.
Enquanto esperava a ficha, o atendimento, a consulta, o diagnóstico passou-se toda a tarde. Conheci vários animais e seus donos.
Cães de raça e bem cuidados. Um buldog que foi ajustar as glândulas lacrimais, um poodle G chamado Zulu e que ficou apaixonado pela Luli, cujo dono é só caridade e amor. Um pitbull com os cílios crescendo para dentro do olho, uma miniatura pinch que cruzou com um cão maior do que ela e estava sofrendo com a gestação, uma vira-latas que foi recolhida da rua, alguns cães já atendidos com patas quebradas, uma outra que tinha uma pata diateira amputada, um gato com rabujo na orelha sangrando muito, outro gato com os ligamentos da pata traseira distendidos e uma siamesa que comeu um saché de wiskas salmão e ficou passando mal.
Conheci Apolo um cachorro enorme cuja raça não conheço, mas é lindo. Talvez até maior do que o dog alemão. Um doce de cão. Tinha também um papagaio quase morrendo e um cabrito preto, muito bonito.
E o mais encantador de todos foi Scooby. Um Labrador caramelo de 1 ano mais danado do que Marley.
Hiperativo, alegre, brincalhão e foi com a minha cara.
Meu deus... me lembrei demais do meu Gordão. 
Scooby encarnou em mim e brincamos muito na recepção da clínica. Patas nos meus ombros, lambidas nas minhas orelhas, mordidas na minha blusa e cheiros de focinho no meu cangote. 
Ele dançou comigo dois pra lá dois pra cá com as patas na minha cintura e eu lhe contei segredos no ouvido que faz cosquinha. Scooby é cheiroso e tem o focinho laranjado e olhos amarelos. Também estava lá para fazer uma cirurgia nos cílios. Bocão com a língua cor de rosa e dentes alvos. 
Luli, agitadinha. Uma coroa da hora. Olhos vivos e dentes precisando de tartarectomia urgente, hehehehe. Eita bafo fedorento !
Na volta, estávamos as três cansadas. Luli deitou a cabecinha no meu ombro e foi vendo o movimento da rua no carro enquanto descansava.
Cheguei em casa fedendo a Luli, a Scooby, a Zulu e até a uma gatinha mourisca prenhe que subiu no banco onde eu estava sentada e foi dar uma de Tucha: morder minha mão e arranhar os meus braços em brincadeiras de gato.
Encontrei lá o Miguel, chargista do JC que tem gatos e cachorros em casa: "gato só presta de muito" Ele tem 13 em casa.
Depois de um banho e um almoço/jantar, fui cuidar dos meus felinos e descansar um pouco.
Parada depois da agitação de tantos amigos novos que fiz, caninos e felinos, só estou com um sentimento de arrependimento, por uma ato que fiz e na realidade não deveria ter feito. Triste por isto, vou ler e dormir um pouco. Amanhã o dia será melhor ainda.
Minhas orações hoje serão para que São Francisco cuide de todos os animais enfermos.
Ah ! Luli ? está anêmica, não poderá extirpar os tumores ainda. Mas, nada que não se resolva.
Ví o dia se arrefecer, o clima esfriar, a noite chegar no bairro da Cidade Universitária. Dentro do carro com Luli descansando no meu ombro... fiquei como ela olhando o trânsito, os carros passando, buzinando, as luzes dos faróis, dos postes da rua, gente circulando tomando o ônibus pra voltar casa depois de um dia de trabalho, outras parando em bares de beira de rua para uma cerveja antes de chegar em casa...
E a minha vida no turbilhão ...

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