quarta-feira, outubro 31, 2007

Ser ou não ser, eis a questão!
Era uma vez uma garota que nasceu numa família com princípios bem edificados, alto nível intelecutal e reputação ilibada.
Nem pobre, nem rica; apenas com condições de ter uma boa educação e conviver em ambientes sociais considerados éticos e morais.
Descendente de homens cultos e prósperos em suas vidas profissionais, cresceu dentro de uma redoma, protegida pela família que infelizmente a transformou numa criatura extremamente insegura quanto à existência fora dos grilhões familiares.
Depois de alguns anos, é claro que esta garota cresceu e como toda garota dos anos 70, nos anos 80/90 rebelou-se.
É que em suas veias corre um sangue meio arte, meio classe que a transforma hoje na "garota alternativa".
De alternativa esta pessoa nada tem.
Está nela enraizada toda a educação quatrocentona que valoriza títulos, posses, dinheiro, estabilidade, sobrenomes e etiquetas. A isso muitos chamam de "berço". Pode ser, não acho ruim de todo. Mas, no mais das vezes, chamam-na de fresca ou soberba...
Acredito que é, no mínimo, ótimo saber entrar e sair de qualquer lugar; seja o Palácio das Princesas, seja a birosca do Zé. Saber se portar na sociedade de uma maneira geral é no mínimo saudável. Sabe se comportar à mesa de um restaurante é no mínimo civilizado. Observar ao seu redor é no mínimo inteligente. Há quem pense o contrário. Talvez sejam estes os rebeldes.
Mas, voltando a "Ela", hoje é uma mulher Balzaquiana, pós-graduada, que guarda em seus olhos e sua mente muitas letras e palavras de tantos livros que já leu. Pessoa culta, simpática, sorridente. Que já passou por algumas experiências, mas a pior delas está vivenciando agora.
Só agora a Balzac de Honoré tem sob suas mãos as rédeas de sua vida. Responsável única pelo seu futuro que agora mostra-se muito sem planos. Muito sem objetivos. Muito "agora" demais.
Só agora a Balzac de Balzac saiu de verdade das sombras enormes da árvore familiar e marital. E essa criatura que era uma garota no início do texto (mais ou menos década de 80), hoje é uma mulher de 30 que busca incessantemente aprender a viver pelas próprias pernas.
Difícil. Ela cresceu atrasada. Protegidinha que foi pela família e marido. Tudo por ela faziam e agora ?
Decisões a tomar, projetos a elaborar e cumprir e um futuro já meio curtinho pra traçar...
Voilà !

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