domingo, dezembro 05, 2010

Um stop na fase retrô.

Tenho de comentar. Muitas vezes a emoção não cabe em mim e tenho de extravasar de alguma maneira.
Meu domingo foi diferente.
Ao invés do tradicional almoço no Paço Alfândega, fomos almoçar no Estrela do Mar em Olinda. Restaurante muito bom. De cara  já reconheci o garçom que foi do Burburinho.
A comida, como sempre, estava ótima. Voltando pra Recife, parei no Teatro de Santa Isabel e arrisquei encontrar ingressos ainda à venda para o show do Raul de Souza, trumpetista curitibano que reside em Paris e está no Brasil comemorando os seus 55 anos de trabalho.
Sorte a minha! ingressos à venda! Comprei um lugar lá na geral, 4o andar e fui esperar a hora chegar. Como eu já sou meio que "habitués" do lugar, me deixaram entrar no teatro às 17:30h, quando o show só começaria às19:00h. Eita que ambiente pra eu gostar ... o cheiro, as colunas, o carpete vermelho... e ainda deu pra ouvir de quebra a passagem de som. O show prometia.
Saí do salão e fui tomar um contreau com café expresso no café do teatro para esperar a hora chegar. Peguei meu livrinho que sempre anda na bolsa e sentada em frente à Praça da República li sobre "Ser Criativo - Stephen Nachmanovitch", muito bom o livro.
Ventinho nos cabelos, vista bonita, café gostoso do Delta e começam a chegar os conhecidos. 
O show foi algo de sublime. Aos 76 anos, Raul parece que tem 50. Esbanja vitalidade e simpatia. A Banda que o acompanha é de primeira linha com destaque (ao meu gosto) para o Baterista - Endrigo Bettega e o Baixista - Glauco Solter, que solaram com uma desenvoltura e criatividade e ao mesmo tempo com uma naturalidade que impressiona. Confesso que não entendo muito de bateria, mas o Endrigo trouxe uma formatação meio mista de popular com clássico, não sei se me expresso com exatidão. Bumbos graves que junto com o contrabaixo deram um toque singular ao ritmo da música. Puro jazz.
Falar do Trumpetista, não tem nem graça. Logo eu que não sou crítica musical nem nada, mas o cara é uma lenda, passeou pelos melhores lugares do jazz e em companhia das melhores criaturas. Infelizmente não pôde utilizar o seu "Souzabone", usou um trumpete de vara e arrasou como sempre com solos simples, porém de uma elegância com simplicidade, agradaria à qualquer ser humano com o mínimo de sensibilidade.
Composições do próprio Raul, Pixinguinha, J. J. Johnson e João Donato. Adoro João Donato!
Teatro repleto de gente que gosta da boa música e um finzinho de domingo revitalizador !!!
Très Bien !!!!

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