segunda-feira, junho 01, 2009

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Desde quinta não venho aqui.
Ando muito reflexiva ultimamente. Será que é a fase de entrar nos 40 anos ?
E ultimamente tenho pensado duas vezes antes de me expor aqui.
Antigamente não pensava assim.
Me colocava sem medo do que as pessoas pudessem pensar de mim.
Não tenho medo hoje, mas receio.
Preconceito é uma coisa que está e sempre esteve muito em voga desde que o mundo é mundo.
Mas, como ía dizendo...
Ando reflexiva. Na verdade sempre fui.
Às vezes acho que penso até demais sobre tudo e no fim das contas não vivo o "tudo que há pra viver".
Preocupações à parte...
Ando reflexiva...
Não é o tipo de reflexão shakespeariana. Não.
Algo mais realista, cotidiano, mais perto da necessidade do bem viver.
Hoje, acordei tarde, dormi muito, tanto que minhas costas doíam ao me levantar.
Se meu pai estivesse vivo, diria: "Essa dor é de tanto carregar a cama nas costas"
Uma ironia sarcástica que ele sempre fazia para chamar seus filhos de preguiçosos.
Meu pai era extremamente reclamão.
Pois, segundo meu pai, carreguei a cama nas costas por tantas horas que acordei com as costas em dor. Levantei-me e logo descobri que o tradicional almoço dominical não iria acontecer. Motivo para deitar-me novamente. Mais algum tempo junto a Morpheu e aí me levantei.
Dia bonito, frio e sol juntos combinam.
Fiz algumas coisinhas de casa e fui almoçar.
Voltei. Tinha mais coisinhas a fazer, mas o sol me convidou para vê-lo no terraço de minha casa.
Sentei-me numa das cadeiras de ferro cinquentenárias de minha avó e fiquei olhando o sol se por entre as papoulas plantadas por meu avô no canteiro da entrada da casa.
Muito agradável.
Logo meus felinos vieram me fazer companhia, e entre um afago e outro nos pêlos de Maria Tucha, minha mente divagava por um sem fim de pensamentos de mim mesma.
Eu, meu trabalho, amigos ao meu redor, família, futuro, coisas práticas como moradia, dinheiro, enfim, meus anseios ainda não saciados, meus desejos ainda não realizados ...
Me perguntei se tudo o que quero é realmente o que quero.
Elocubrei sobre meus dias acontecidos e se eu quero mudá-los.
O que há de não interessante em minha existência atualmente?
Existem sim muitas coisas que não estão como eu quero.
Existem muitos sentimentos que sinto e que me alertam para que eu mude.
E, ao mesmo tempo, por outro lado, estou vivendo uma vida.
Em alguns momentos sinto-a imensamente limitada e em outros sinto-a ativa.
Talvez porque eu seja normal e como um ser humano, deseje sempre mais.
Queria me desprender dos preconceitos sem por isso perder a minha identidade e o meu norte sobre o que é saudável e o que é nocivo.
Acredito que este discernimento possuo.
Tenho em mim uma espécie de alerta, uma voz interna que me avisa: "Não vá por aí".
E aí, quando penso assim, fico me perguntando: "qual foi a voz que me disse, Vá por aí. O negócio é meio complicado, mas mesmo assim vá." E eu fui.
Não me desobedeço.
Pago o preço.
E só cabe a mim continuar com este aluguel ao invés de ter o que eu mereço por direito e conquista.
Às vezes Eu conquisto de forma meio enviezada. Quase sempre sou conquistada de forma muito torta.
Não dá para explicar, por mais que passe tardes e tardes vendo o por do sol no terraço da casa de meus avós.
Sempre disse pra mim e pra todos: a vida é uma grande escolha e temos de nos responsabilizar por elas.
Faz um tempo que não vinha por aqui... Desde quinta-feira...
Acho que tô pensando demais.

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