O Amor e o Tempo
(Com tema de Augusto dos Anjos)
Da cabeleira negra aleonada
Tocha escura que o sol transforma em crina
O crespo capacete se ilumina
Em faíscas de terra agateada
Gata negra, pantera-extraviada
Abres ao sol tua romã felina
Ao dardo em fogo queima-se a colina
E há cascos e tropéis por essa estrada.
Bebe na taça o aroma da sombra
A vida foge, amor,
e a sombra tarda
Ao fogo cresta a rosa da paloma !
A cega afia a faca, afia
E chega ao sono a morte leoparda
Jaguar cruel para abrasar-te as pomas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário