sábado, abril 21, 2007



"Os homens temerosos de responsabilidade, as mulheres com medo de serem escravizadas. Tornamo-nos tão desiludidos com o amor que nos vemos à beira de transformar-nos em uma cultura de cínicos no que diz respeito a um dos nossos mais cultivados valores tradicionais - o ideal do amor romântico."

"O amor nos deixa ansiosos. Exceto, talvez, na vida dos santos e de outras almas esclarecidas, não existe amor sem ansiedade. É preciso inclinar-se bem para fora do seu eu a fim de amar uma outra pessoa, e isso sempre parece perigoso, especialmente se já se teve alguma experiência de abandono, traição, ou se já se sofreu com o comportamento predatório de alguém a quem se era ligado. Somos criaturas que, no processo de crescimento, aprendemos a temer o que mais desejamos."

"O fenômeno que eu descrevo como "terrorismo íntimo" é o que frequentemente resulta quando dois adultos tentam fazer uma vida juntos, equipados com pouco mais do que a visão de intimidade adequada ao primeiro amor adolescente."

"O amor mesmo pode se tornar um estado recorrente de crise. Em nenhuma outra arena as pessoas se confrontam, tão vividamente quanto em sua vida erótica, com o dilema central das relações humanas."

"Ser íntimo é uma atividade flutuante, não um estado contínuo em que alguém se encontra e, inevitavelmente, passa por períodos de emergência. Mas as emergências podem mobilizar nossas melhores respostas e assim criar oportunidades, ao lidar com os obstáculos, de crescer na arte de saber amar os outros."

"Toda relação íntima deve levar em consideração as necessidades de cada membro, tanto para o estar juntos como para a autonomia."

"O que o indivíduo é para si mesmo não é algo que ele inventou. É o que os outros que lhe são significativos, chegaram a ver que ele seria, o que eles chegaram a tratá-lo como sendo, e o que, em consequência, ele deve se considerar ser, se quiser atuar com os que com ele atuam."

"Embora possamos ansiar por entregar-nos a alguém, a idéia, também, parece repleta de perigo, acarretando a possibilidade de nos perdermos em abjeta submissão à vontade desse alguém."

"Quando entramos em esquemas coletivos, inclusive no relacionamento íntimo, é com a esperança de reciprocidade, de tal forma que esses laços íntimos com outros possam enriquecer-nos, através de um dar e receber, ressaltando o melhor de nós. Num relacionamento íntimo assolado pela fome emocional, contudo, ambos chegam a sentir que quanto mais dão, mais se lhes exige que dêem. Então o relacionamento íntimo torna-se não apenas uma armadilha, mas um poço sem fundo."


Michael Vincent Miller, Terrorismo Íntimo



Somos apenas duas almas perdidas nadando num aquário
Ano após ano
Correndo sobre este mesmo velho chão
O que encontramos?
Os mesmos velhos medos

Pink Floyd

Um comentário:

Anônimo disse...

"Toda relação íntima deve levar em consideração as necessidades de cada membro, tanto para o estar juntos como para a autonomia."

"Quando entramos em esquemas coletivos, inclusive no relacionamento íntimo, é com a esperança de reciprocidade, de tal forma que esses laços íntimos com outros possam enriquecer-nos, através de um dar e receber, ressaltando o melhor de nós. Num relacionamento íntimo assolado pela fome emocional, contudo, ambos chegam a sentir que quanto mais dão, mais se lhes exige que dêem. Então o relacionamento íntimo torna-se não apenas uma armadilha, mas um poço sem fundo."

pelo que entendi a primeira premissa desdiz a segunda ou o que quer que valha

mesmo assim
bjs,,,