terça-feira, maio 08, 2012

A areia está escorrendo por entre os dedos.
Por mais que eu tente segurar.
E agora... nem sei se quero mais segurar.
Perseverantemente lutei e esperei.
Parecia que era o meu destino.
Esqueço sempre de que o destino é a nossa escolha.
Escolhemos tudo sempre, desde o início. Aliás, desde antes do início.
Não temos espelho.
Nossas ideologias de vida e valores são completamente paradoxos.
E como eu ainda fui buscar alimento nesta ilha, onde só tinha líquido?
E a areia começou a escorrer dos meus dedos há tempos.
Acho que é hora de abrir a mão e não mais segurar.
Pegar o barco ou ir a nado para o mar aberto.
Enquanto tenho viço, enquanto ainda tenho mel, enquanto ainda quero conquistar.
A natureza desta ilha não troca comigo suas boaventuras, apenas seus espinhos.
Estou bem arranhada, castigada pelo sol e pelo frio do estar sozinha.
Fatigada de iniciar a construção de uma cabana e a tempestade de uma água venenosa derrubar qualquer plano de futuro, mais ainda qualquer real presente. Não existe cumplicidade.
Ô...
A ilha vai voltar a ser inabitada. Ela mesmo expulsa seus visitantes. Terra infértil para aqueles que querem construir. Útil para todos que não querem viver. Lá tem de tudo um pouco de destrutivo.
E ainda acho que vou encontrar o oásis dentro daquela miragem de ilha paradisíaca.
Lêdo engano.
Deixo a ilha para os próximos desavisados.

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