segunda-feira, julho 12, 2010

Tenho tentado mudar o meu pensamento buscando ser mais positivista.
Em algumas situações o meu próprio organismo não ajuda, mas continuo tentando.
Outras vezes ocorrências externas não ajudam, mas continuo insistindo.
Não quero desistir.
Como sempre falei, às vezes a minha mente vagueia como o programa retrospectivo de um ano qualquer na TV: mil e uma coisas passeiam ao mesmo tempo ou uma cena logo atrás da outra e nem sempre em sequência lógica de tempo e/ou situação. Isto acontece sempre que estou pensativa, reflexiva...
Na madrugada de ontem sonhei coisas esquisitíssimas. Muitos morcegos, muitos, milhares; conversas numa casa onde não moro; mistura de pessoas... uma salada muito estranha.
Hoje acordei calada, literalmente sorumbática. Insisti em ser sociável. Não consegui muita coisa.
Não adianta. Nunca deixarei de ser transparente. Uma alga marinha, vidro branco, plástico bolha estourado, um vestido sem anágua: totalmente transparente.
Não sei ser diferente, nem forçando a barra. Aliás, é pior.
Bem, pelo menos ninguém pode me acusar de falsa ou dissimulada ou sonsa...
Cheguei em minha casa com vontade de estar nela. Meu refúgio do mundo.
Com fome, fui na "vizinha" - minha mãe e peguei uma fatia de pão de ló. Coei um café. Minha cabeça estourava de dor. Logo vi a ausência de cafeína no meu sangue, afinal, durante todo o dia só tomei um expresso pequeno. É muito pouco para um organismo viciado em cafeína.
Comi o bolo com o café na sala, assistindo à TV.
Joguei a louça na cuba da cozinha e vim aqui dar uma olhada no de sempre.
Nada de novo. Tudo igual.
E fiquei aqui perdida nos meus pensamentos sequenciados como um longa sem definição. Inqualificável em estilo, tema ou propósito.
Apenas clicando e pensando...
Na TV inicia um filme de guerra e escuto aqui do gabinete, vindo da sala os gritos masculinos de homens levando tiros, sendo torturados, enganados, mortos, enfim, sofrendo toda sorte de dor e desespero.
Meu pensamento mudou.
Na cena do filme, os inimigos puseram como isca uma criança sozinha num lugar perigoso. O soldado, todo responsável e HUMANO, preocupou-se com a criança e por isso, se ferrou.
Pensei: que troca de valores!
Não ajude uma criança, senão você se ferra ! não seja humano, senão você se ferra ! seja egoísta, pense apenas em você, senão você se ferra.
Hoje em dia é tão natural saber de pessoas morrendo, sofrendo, urrando de dor, machucadas, perdidas, violentadas de todas as formas...
É normal ...
Pessoas como eu, aqui no meu mundo quase totalmente seguro, não sei mais me espantar ou me chocar com tanta atrocidade que acontece a cada segundo no mundo com pessoas e animais.
Estou aqui agora escrevendo e certamente alguém está sendo assaltado, morto, estuprada, assassinado. Algum animal está sofrendo maldades nas mãos de algum doido, muitos estão passando fome e frio.
E eu aqui preocupada em passar num concurso porque hoje não tive dinheiro pra comer na rua.
Preocupada com a minha vida pessoal que não sai do lugar.
Preocupada em ter sono para dormir embrulhada no meu lençol, com a cabeça no meu travesseiro.
Caramba ...
Às vezes me dá um "tilti" no juízo !
Ontem cortei o meu dedo com papel. Sabe aquele cortinho bem insignificante, mas que dói muito e incomoda bastante? pois é...
Lavei panos de cozinha sentindo dor, tomei banho sentindo dor. Por um cortinho de nada.
Fico imaginando... e essas pessoas que são torturadas e mortas e sofrem pra caramba antes de morrer como o caso da amante do jogador do flamengo?
Os bichos é que são os racionais neste planeta, pois só matam pra comer e só atacam para se defender. Não agridem de graça.
Queria ser bicho irracional ... ser bicho racional não está valendo muito a pena.

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