domingo, março 29, 2009

Era uma vez ...

Era uma vez uma menina que acreditava...

Acreditava que era feinha, sem graça
E, de repente, alguns, uns e outros contados nos dedos
Acharam ela bonita e gostaram dela.
Gostar de verdade, profundamente, incondicionalmente,
Só um.
Ela acreditava que para se entregar a alguém tinha de amar esse alguém.
Este sempre foi a sua ideologia de vida: pureza, sentimentos sem malícias, verdadeiros.

Acreditava esta menina no trabalho honesto.
Tentativas, acertos e erros
Batalhar e trabalhar pelo prazer em fazer
Fazer o que se gosta
Teve uma grande frustração
Foi tolhida em suas aptidões
Não teve coragem suficiente para enfrentar
Escolheu outra profissão
Ainda sim, recebeu represálias
Dessa vez batalhou. Conseguiu a formatura
Agora ela é uma profissional!

Acreditava ela que no ambiente profissional teria ajuda
formadores
Qual o quê!
Teve de correr atrás sozinha, quase sempre.
Levou rasteiras, pouco incentivo, sempre tendo que provar suas escolhas.
Hoje ela tem seu trabalho, seu nome reconhecido e seus conhecimentos,
coisa que ninguém lhe pode roubar.

Tem dias que essa menina fica de saco cheio
de gente que só quer o retrocesso
Fica cansada de ter de correr atrás
Da falta de retorno
Da solidão
De ser uma estranha pra tanta gente que a conhece desde que nasceu.

Tem dias que ela se culpa pelos enormes erros que cometeu e ainda o faz.
E se pergunta, porquê ?
"porquê sou tão anormal?"
Agora, tenho pena dela.
Ela está sofrendo.
Uma coisa chamada depressão.
É difícil enfrentar quando se está se sentindo só.
Mesmo sabendo do que sofre e suas nuances...
Se sofre.

Ela recorre aos seus livros, companheiros eternamente fiéis.
Escreve suas letras, escuta as músicas dos outros.
E no fim, vai dormir.
É isso que vou fazer agora.
Igual a ela, vou apagar minhas parcas luzes.

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