domingo, abril 13, 2008

Rita Lee

Quando eu era criança, por volta dos 10 anos de idade, pedi a minha mãe de presente de natal um disco da Rita Lee.
Ganhei.
Sempre gostei da Rita, mas nunca fui sua fã ardorosa e por incrível que pareça nunca fui a nenhum show dela.
Mas, o seu jeito rebelde, despojado, meio porra louca, se identificava com o que eu queria ser quando crescesse: uma mulher livre, dona de mim mesma, encerrada no mundo e não na barra de calças de algum marido ou coisa que o valha.
Hoje, tenho 38 anos, a Rita tem 60 e eu continuo gostando dela da mesma forma.
Assistindo à TV, deparei-me com uma entrevista dela em que ela falava sobre como é hoje ter 60 anos.
Minha identificação permanece.
O jornalista argumentou sobre as drogas e ela colocou que hoje não consome mais, mas nem por isso é careta. Apenas, nos dias de hoje as drogas estão inseridas em outro contexto; o da bandidagem; onde o jovens acabam se tornando delinquentes e não idealistas como na sua época: sexo, drogas e rock and roll, era outra época, mesmo com o advento da ditadura.
E hoje ela também é contra as campanhas anti-tudo: pra ela as drogas de todo gênero deveriam ser liberadas e a responsabilidade sim, é de quem consome.
Assim mesmo como ela falou:
- Quer cheirar pó? cheira, foda-se !
- Quer se picar? vai fundo, foda-se !
- Quer Queimar um baseado? queima, foda-se !
- Quer beber? beba, foda-se !
No que eu concordo em gênero, número e grau.
E dessa identificação me recordo de um diálogo que tive com certa pessoa que, descumpriu um trato comigo. Na nossa conversa desconcertante e a minha decepção, a pessoa me falou:
- Você não vai me recriminar ? não vai me dizer que isso é errado que eu não faça mais isso e tal ?
E eu disse:
- Jamais. Jamais vou dizer a você, não faça isso ou aquilo porquê não é correto, ou não é bom para você. Você é responsável por você mesmo. Se quer se auto-destruir, problema seu e não meu.
E assim, pelo menos fiz com que a pessoa me respeitasse, mesmo que continuasse se auto-destruindo. Afinal, a responsa é dele mesmo.
Fiquei muito contente ao assistir a essa entrevista. Me deu a sensação agradável de conseguir ser o que eu queria quando menina de 10 anos: uma mente avançada e liberta de conceitos pré-estabelecidos, poucas regras, mas muito juízo. O suficiente para não me denegrir.
Viva Rita Lee e viva Eu !!!

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