Pois é, a insônia novamente.
Até tentei vencê-la, indo me deitar por volta de uma da manhã, mas, a insônia é uma inimiga dura de vencer.
Quando me deito, levo sempre comigo algo para ler, como se o livro, a revista, o texto, fosse a minha colossal espada contra a feroz arqui-inimiga insônia.
Por alguns milésimos de segundo até que venço e os meus olhos pesam ao tentar ler as letras e interpretar as palavras até conseguir no meu modesto cérebro algum entendimento daquilo que leio. Mas, só o movimentar do corpo para o aconchego dos lençóis e pronto: foi-se !
O sono corre de mim à noite e só chega de manhazinha como o marido malandro que não suporta mais aquela mulher de bob's ao lado na sua cama e por isso vai beber e flertar com as moças fáceis das ruas difíceis.
E Eu, como a Amélia, burra e carente, recebo o sono às cinco da manhã e com ele durmo até o meio do dia.
E quando o sono, esse safado, me corre dos olhos, minha mente elocubra e elocubra e pensa e cria textos.
Associações livres que misturam todos os enredos de minha simples existência. Palavras soltas que também me fogem...
Muito engraçado.
Estava Eu na minha cama e vieram elas, as palavras, as associações, a chuva de coisas.
Penso: "Não adianta ficar aqui, imóvel, vou conversar com o meu atual companheiro eterno: o meu lap top."
E como uma literal sessão de análise ortodoxa freudiana, penso em vomitar todas aquelas palavras que me vieram à mente antes de chegar até aqui.
Cadê ?
Nada. Fugiram também.
Puxa vida! eram palavras tão razoavelmente belas, tinham contexto.
E agora estou aqui, tentando, na mesma sensação de sessão analítica ortodoxa freudiana, associar palavras que tenham contexto.
Ouvido coçando, cabelos desgrenhados, gatos brincando, som do ventilador...
Luz opaca da sala de estar, tv desligada, som da noite, sem música, sem filmes, sem sabor.
Lá fora, talvez alguns parcos carros passando a cada meia hora, tudo escuro, apenas a luz da sala de estar.
Notebook no colo, daqui à pouco a bateria vai acabar.
Vontade de me encontrar.
De trabalhar e de ser normal.
Essa coisa de ter espírito de artista sem ser não dá futuro.
Vontade de criar.
De ser livre de emoção, de coração, de razão.
Vontade de me amar e de viver como se a existência fosse a meia do meu sapato e não o meu sapato.
Como se os dias e as noites fossem coadjuvantes no meu cinema cult.
Como se as pessoas, meros atores, perspassassem pelo filme de longa entre mocinhos e bandidos (no que na verdade são) e eu apenas os assistisse e contracenasse só e unicamente quando a mim fosse preferível fazê-lo, sem que isso admoestasse minha serenidade e minha alegria.
Tá bom !
Tudo bem!
Eu sei que isso no resumo da ópera seria trasnformar o mundo num pequeno teatro de marionetes !! hahahahahaha
E eu ! Claro !!!
Seria a criatura vestida de preto por trás do pano que faria todo o movimento da história.
Ah !! quem nunca pensou em ser um pouco o Nelson Rodrigues ou a Virgínia Wollf ou ainda o deprê do Nietzsche ou pior, o Wagner das composições carregadas de emoção pesada e triste ?
Eu sou normal pô!
Esqueceram? tenho alma de artista sem ser. Putz !!
Karma ou Darma?
Onde foi parar a minha outra metade?
Tô falando de amor de homem não.
Tô falando da minha outra metade mesmo, aquela que falta pra eu me sentir inteira.
Viram por aí ? caminhando provavelmente, também, a esmo? perdida igual a mim em elocubrações ?
Caraca !
É feio usar termos chulos num texto.
Ahahahaha !!!
Relaxo !
Num sou escritora, só tenho a alma e nada mais.
Então: putz , caraca, meleca, blá, blá, blá
Quero apenas o encaixe em que me caiba o corpo, a mente e as emoções !
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