Atopos: O ser amado é reconhecido pelo sujeito apaixonado como "atopos", quer dizer, inclassificável, de uma originalidade sempre imprevista.
É atopos o outro que amo e que me fascina.
Não posso classificá-lo, pois ele é precisamente o Único, a Imagem singular que veio milagrosamente responder à especialidade do meu desejo.
É a figura da minha verdade.
Ele não pode estar contido em nenhum esteriótipo (que é a verdade dos outros).
No entanto, amei ou amarei várias vezes na vida.
Será então que o meu desejo, que é tão especial, se encaixa num tipo ?
Meu desejo é então classificável ?
Existe, entre todos os seres que amei, um traço comum, um só, por mais insignificante que seja (uma pele, uma guita, 20 anos...) que me permita dizer: "eis o meu tipo ! é exatamente o meu tipo": "Não é nem um pouco meu tipo": assim diz o conquistador: o enamorado não é apenas um conquistador mais complicado, que procura a vida inteira "seu tipo" ?
Em que canto do corpo adverso devo ler minha verdade ?
Nietzsche
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