terça-feira, dezembro 08, 2009

A vida da gente é curiosa, sinuosa.
Pessoas chegam, vão embora, voltam, vão embora, parecem chegar de vez e vão embora.
E eu fico sentada na cadeira de ferro cinquentenária da minha avó, olhando as plantas, as flores, a noite, o céu, as luzes da rua me sombrando o rosto ... meus animais ao meu redor...
Eu olho o tempo passar devagar, como se esperasse alguma coisa de muito impactante acontecer para me arrebatar dessa inércia em que me encontro, meio anestesiada pelo rebuliço de todas as sensações tão instantâneas e turvas que eu venho sentindo.
Desejo uma surpresa boa, estonteante que me sacuda pra vida, uma beleza sulrreal. Alguém que venha me tirar do slow motion.
Pus Norah e Madeleine no meu velho som sharp que está com defeito no leitor ótico. Deitei-me no sofá com a cabeça penurada pra baixo. Quem sabe o sangue me dê alguma idéia nova de vida?
o som alto e Tucha sem entender nada.
"Não posso fazer nada minha filha"
Pedi demais.
E o circuito de autorama na minha cabeça não para de rodar ...
Um circuito de 40 anos e eu fico vendo o passado no super oito, depois no vhs e agora no dvd...
O que mudou ?
Cresci.
Agora tenho parcos 1,53m. Evolução pequena, eu sei.
Fiz faculdade, pós graduação, curso de extensão, mudei de religião.
Levei pra minha cama só os namorados oficiais, fui certinha. Usei contraceptivos. Não experimentei das drogas, elas são uma droga!
Bebo. Uísque. É bom. Vinho. Coca cola, café, todinho e iogurte.
Gosto de música e de músicos.
Gosto de arte.
Queria gostar de gente normal. Gostei uma vez, foi bem legal, mas, só por 12 anos.
E o resto da minha vida como fica ?
E o cinema tá passando como o filme do Hugh Grant em um Lugar chamado Nothing Hill... o inverno, o verão, o outono e a primavera numa longa caminhada...
Ain't no sushine ...
Balada de 400 golpes... golpe ... ação quase letal desferida inesperadamente contra alguém desavisado... Eu.

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