sábado, dezembro 05, 2009

Quando as coisas findam

Quando a gente é criança e ganha um doce gostoso, a gente come devagarinho, guarda um pedacinho pra depois, não divide com ninguém e fica com medo que aquilo que é tão bom se acabe logo e demore até ganhar outro tão bom quanto aquele.
Quando o doce acaba, que tristeza ...
Era tão prazeroso, era um momento tão bom comer aquele doce... mas acabou.
Depois de um tempo surgem outras coisas gostosas ou outros brinquedos ou pessoas, enfim que vão substituindo os prazeres e assim a vida vai passando e a criança vai crescendo.
Quando a gente cresce, torna tudo mais complicado, principalmente pela educação que a gente traz de casa e da escola.
Quando o adulto cria a sua independência e começa a se relacionar com um sem fim de pessoas além das pessoas que os pais apresentam, a mistura de ideologias de vida é bem maior e você se vê como um cidadão do mundo, com poderes de decisão e toda a liberdade de opinar e de escolher o que é bom e o que é ruim.
Isso também requer responsabilidade, principalmente quando se trata de estar com outras pessoas e escolhê-las.
Não somos mais crianças e não podemos mais ter coleção de gente como se tem coleção de bonecos. Podemos ter uma legião infindável de amigos, conhecidos, colegas, namorado(as), mas quando se trata de amor, não dá pra colecionar e brincar com todos de uma vez só.
Quando a gente é adulto, existe um sentimento meio triste chamado mágoa que é muito comum ser utilizado pelos egoístas. Egoísta é um tipo de pessoa que só pensa em si e quase nunca nos outros. E quando ele diz que está pensando nos outros, é porque o pensamento nos outros vai acarretar algo pra ele antes, durante ou depois. No fundo todos somos egoístas, uns mais outros menos, outros ainda demasiados.
E assim as relações de toda sorte vão se construindo e se destruindo.
E aí é quando as coisas findam.


Nenhum comentário: