Hoje é domingo...
Amanhã é segunda-feira, dia de trabalho.
Nos últimos dias tenho refletido muito no estilo Buberiano.
Eu Tu - Eu Isso!
Isso mesmo. Estilo Martim Buber.
Eu comigo mesmo, Eu com os outros, Eu com os objetos.
Ando me tratando e com isso ando me enxergando. Isso tem me trazido melhoras e tem me feito deparar com realidades que preciso enfrentar e que até então tenho evitado.
Olhar-se no espelho é por demais duro, às vezes. Deparo-me com coisas que projeto nos outros e assim vou vivendo os dias a reclamar da existência humana, quando muitas vezes o defeito também está em mim.
Também.
Tenho aprendido algumas lições que vêem mudando alguns pontos de vista antes muito enraizados, mas o ainda me persegue e muito me engessa para tomadas de decisões e enfrentamentos para o meu melhor.
Essa semana foi radical a tomada de consciência. Quase parei e saí de órbita para, como um boi, ruminar, sentir o gosto, mastigar, triturar e poder digerir.
Disse a um amigo a semana passada enquanto jantávamos que desacreditava hoje das pessoas. Ninguém mais me parecia confiável. Ninguém mais me parecia natural. Todos uns projetos de expectativas criadas por eles mesmos num círculo vicioso e lunático que levam os indivíduos a serem autômatos de si mesmos para poderem ser aceitos por um grupo no qual fazem parte e assim falam as mesmas coisas, do mesmo modo com a mesma pobreza de vocabulário. Pobres !
Não se dão nem ao trabalho de elocubrar e encontrar palavras que possam diferenciá-los entre todos os iguais.
Parece meio surreal isto que escrevo. Mas, senti muito isso a semana passada e me pergunto onde me encontro nisso tudo. Talvez seja porque me sinto uma ET, não me sinto muito parte desse todo de todos os dias.
Estranha no ninho.
Talvez eu seja a total anormal e esteja projetando minhas mazelas na normalidade da sociedade e tudo seja isso mesmo.
Não sei.
Hoje, domingo, parei novamente. Exdrúxulo !
Saí para almoçar com o mesmo amigo. Ontem após uma tarde na Casa dos Frios, cheguei de madrugada em casa com apenas duas doses de uísque nos neurônios. Acordei ressacada, dor de cabeça, um pouco de fome e um desnorteamento de não saber o que na verdade queria fazer.
Tomei um pequeno desjejum, conversei um pouco com os meus, acordei!
Tomei um banho, me pus bonita e saí para o almoço. Queria conversar. Minha retórica tinha de ser posta pra fora senão as palavras me trariam má digestão e são poucos os que me restam a compreender minhas eloquências.
Pra minha surpresa fui levada ao Spettus Steak House de Boa Viagem.
Tudo muito chique, tudo muito rico, tudo muito luxo.
Comi caviar, camarões gigantes, picanhas de primeira, filés...
Profiteroles e os expressos de Sigfredo.
Quando entramos fui conduzida à mesa e enquanto o meu amigo foi ao bufet se servir, fiquei olhando aquele steak enorme, extremamente luxuoso, completamente lotado e me veio novamente as contradições e os paradoxos.
Observei com riqueza de detalhes, fiz questão. Mulheres de sapatos importados, bolsas estrangeiras, homens metrosexuais, porém todos iguais: calça jeans de grife, chinelo cruzado da Richard's ou da broksfield, camisa de malha, cabelos cortados em desalinho, relógios Rolex ou Tag Heuer e celulares de última geração.
E Eu... alí sentada, com o meu vestido tomara que caia preto da rua do Bom Jesus e o meu chinelinho do Shopping Plaza... minha bolsa de couro sem marca, meu óculos escuros de mosca da Refazenda... e perfume do Boticário. Um gloss da Natura e estava simplismente à mesma altura de todas aquelas. Tão bela e formosa, pois sei que chamei atenção.
Que discrepância ... o mundo de contrastes.
Amanhã estarei entre operadores de carne e açougueiros e padeiros no meu trabalho. Estarei à noite, talvez, num dos bares mais underground da cidade depois do Garagem, o Burburinho.
Isso, por incrível que pareça me toca e me choca e me deixa refletindo existencialmente sobre o meu papel e onde estou de verdade nisto tudo.
Tenho efetivamente que agradecer poder ser um ente que pode estar em quase todos os lugares do mais pobre ao mais rico.
E agradeço. Isso me ajuda a refletir sobre mim.
Cheguei na palestra. Passei mal. E agora estou aqui, arrotando palavras na tentativa de reduzir o mal estar e psicosomatizar menos as minhas angústias.
Acho que o único jeito é uma água com gás.
Tanto faz se perrier ou indaiá.
Amanhã é segunda-feira, dia de trabalho.
Nos últimos dias tenho refletido muito no estilo Buberiano.
Eu Tu - Eu Isso!
Isso mesmo. Estilo Martim Buber.
Eu comigo mesmo, Eu com os outros, Eu com os objetos.
Ando me tratando e com isso ando me enxergando. Isso tem me trazido melhoras e tem me feito deparar com realidades que preciso enfrentar e que até então tenho evitado.
Olhar-se no espelho é por demais duro, às vezes. Deparo-me com coisas que projeto nos outros e assim vou vivendo os dias a reclamar da existência humana, quando muitas vezes o defeito também está em mim.
Também.
Tenho aprendido algumas lições que vêem mudando alguns pontos de vista antes muito enraizados, mas o ainda me persegue e muito me engessa para tomadas de decisões e enfrentamentos para o meu melhor.
Essa semana foi radical a tomada de consciência. Quase parei e saí de órbita para, como um boi, ruminar, sentir o gosto, mastigar, triturar e poder digerir.
Disse a um amigo a semana passada enquanto jantávamos que desacreditava hoje das pessoas. Ninguém mais me parecia confiável. Ninguém mais me parecia natural. Todos uns projetos de expectativas criadas por eles mesmos num círculo vicioso e lunático que levam os indivíduos a serem autômatos de si mesmos para poderem ser aceitos por um grupo no qual fazem parte e assim falam as mesmas coisas, do mesmo modo com a mesma pobreza de vocabulário. Pobres !
Não se dão nem ao trabalho de elocubrar e encontrar palavras que possam diferenciá-los entre todos os iguais.
Parece meio surreal isto que escrevo. Mas, senti muito isso a semana passada e me pergunto onde me encontro nisso tudo. Talvez seja porque me sinto uma ET, não me sinto muito parte desse todo de todos os dias.
Estranha no ninho.
Talvez eu seja a total anormal e esteja projetando minhas mazelas na normalidade da sociedade e tudo seja isso mesmo.
Não sei.
Hoje, domingo, parei novamente. Exdrúxulo !
Saí para almoçar com o mesmo amigo. Ontem após uma tarde na Casa dos Frios, cheguei de madrugada em casa com apenas duas doses de uísque nos neurônios. Acordei ressacada, dor de cabeça, um pouco de fome e um desnorteamento de não saber o que na verdade queria fazer.
Tomei um pequeno desjejum, conversei um pouco com os meus, acordei!
Tomei um banho, me pus bonita e saí para o almoço. Queria conversar. Minha retórica tinha de ser posta pra fora senão as palavras me trariam má digestão e são poucos os que me restam a compreender minhas eloquências.
Pra minha surpresa fui levada ao Spettus Steak House de Boa Viagem.
Tudo muito chique, tudo muito rico, tudo muito luxo.
Comi caviar, camarões gigantes, picanhas de primeira, filés...
Profiteroles e os expressos de Sigfredo.
Quando entramos fui conduzida à mesa e enquanto o meu amigo foi ao bufet se servir, fiquei olhando aquele steak enorme, extremamente luxuoso, completamente lotado e me veio novamente as contradições e os paradoxos.
Observei com riqueza de detalhes, fiz questão. Mulheres de sapatos importados, bolsas estrangeiras, homens metrosexuais, porém todos iguais: calça jeans de grife, chinelo cruzado da Richard's ou da broksfield, camisa de malha, cabelos cortados em desalinho, relógios Rolex ou Tag Heuer e celulares de última geração.
E Eu... alí sentada, com o meu vestido tomara que caia preto da rua do Bom Jesus e o meu chinelinho do Shopping Plaza... minha bolsa de couro sem marca, meu óculos escuros de mosca da Refazenda... e perfume do Boticário. Um gloss da Natura e estava simplismente à mesma altura de todas aquelas. Tão bela e formosa, pois sei que chamei atenção.
Que discrepância ... o mundo de contrastes.
Amanhã estarei entre operadores de carne e açougueiros e padeiros no meu trabalho. Estarei à noite, talvez, num dos bares mais underground da cidade depois do Garagem, o Burburinho.
Isso, por incrível que pareça me toca e me choca e me deixa refletindo existencialmente sobre o meu papel e onde estou de verdade nisto tudo.
Tenho efetivamente que agradecer poder ser um ente que pode estar em quase todos os lugares do mais pobre ao mais rico.
E agradeço. Isso me ajuda a refletir sobre mim.
Cheguei na palestra. Passei mal. E agora estou aqui, arrotando palavras na tentativa de reduzir o mal estar e psicosomatizar menos as minhas angústias.
Acho que o único jeito é uma água com gás.
Tanto faz se perrier ou indaiá.
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