quinta-feira, outubro 23, 2008

Rio das Ilusões

[a uma amiga que está muito triste]
*
No teu corpo que não toquei
distante por não poder tocar
correm os rios de espuma
que ainda não se desfizeram no mar;
*
E na tua alma onde não entrei
pela beleza de não querer entrar
bailam jactos de prazeres e risos
que só o tempo vai libertar;
*
Mas na névoa em que os encobres
deixas os nós das estrelas
e os elos enigmáticos de desejos
sob o véu de delícias em noites insones
*
E no rio da ilusão que te devora
como sublime ardente e trágico,
em noite de abruptas desmedidas,
caiem as folhas amarelecidas
e a nostalgia, véu do frenesim solitário,
nas brumas da uma ninfa de Outono,
errante mas sonata na Primavera!...
Luis Lourenço

Um comentário:

luis lourenço disse...

um gesto simples pra uma amiga que ficou triste pq não lhe deram o ar que ela merecia...o mais triste não é as arvores ficarem secas no Outono, mas não renascerem alegres e frescas na primavera...obrigado por ter gostado do poema e o ter postado no seu blogue que não existe à toa...
carinhosamente