quarta-feira, abril 25, 2007

Águas Necessárias

Não sei se o tempo me acontece, ou se aconteço no tempo.
Em noites de lua cheia costumo uivar, junto-me aos lobos.
Nas manhãs de abril, visto-me em contrições, ungida por resguardos de quaresma ando nos roxos-paixão, viuvando conformidades em respeitoso pranto, por cada cristão, dentro de mim - morto.
Nunca sei minha meteorologia, mesmo em dias solares....dou de chover.
dizem :
- melancolia...emoções instáveis.
desdigo:
-descarrego de fardos, cumulação de nuvens, sofrimento de densidades.
chovo :
por desalegrias
por desempatias
pode ser...
pode até nem ser.
Não me importam as causas, não busco saber verdades.
Simplesmente chovo.
Chovo-me por desesperada necessidade.


Ana Merij, poetisa

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